Operação Tempus Veritatis

"Em nome de 'salvar a democracia' estão fazendo barbaridades", diz Bolsonaro sobre operação da PF

João Pedro Magalhães · 8 de Fevereiro de 2024 às 15:56 ·

"Hoje em dia não é medo. Hoje tudo pode acontecer com qualquer pessoa no Brasil. Em nome de salvar a democracia estão fazendo barbaridades", afirmou o ex-presidente

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou nesta quinta-feira (8) após a Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, realizada contra ele e aliados. Ele enfatizou que não sente medo de ser preso, mas considera que o que está sendo feito pelo Judiciário do país são "barbaridades".

"Hoje em dia não é medo. Hoje tudo pode acontecer com qualquer pessoa no Brasil. Em nome de salvar a democracia estão fazendo barbaridades", afirmou Bolsonaro em entrevista ao jornal Metrópoles.

O ex-presidente questionou também a viabilidade de um golpe ocorrer sem a mobilização de qualquer força militar e criticou a prisão de seu ajudante de ordens, Marcelo Câmara, argumentando que o foro para investigações não deveria ser do Supremo Tribunal Federal (STF) nesse caso.

"O foro para investigar tudo isso não é do Supremo. O Marcelo Câmara, que foi preso hoje, não tem foro especial. Nenhum de nós tem foro especial", pontuou.

Ainda, Bolsonaro mencionou a "coincidência" de uma operação ocorrer logo após uma superlive com seus filhos e outra depois de uma agenda recente em São Sebastião (RJ), onde foi cercado por apoiadores.

Entenda

Nesta manhã (8), a Polícia Federal (PF) iniciou uma operação com foco em aliados do ex-presidente, como parte de uma investigação sobre uma suposta organização criminosa que teria trabalhado para promover um golpe de Estado e ameçar o Estado Democrático de Direito após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.

Segundo a PF, as apurações indicam que o grupo investigado se dividiu em diferentes núcleos para disseminar a ideia de fraude nas eleições presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, com o objetivo de facilitar e legitimar uma intervenção militar, utilizando estratégias de "milícia digital".

Dentre os alvos das buscas, estão figuras como o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, Braga Netto, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.

A operação resultou na prisão de várias pessoas, incluindo Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro, Marcelo Câmara, coronel do Exército envolvido em outras investigações relacionadas a Bolsonaro, Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército, e Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército.

No total, estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, incluindo proibição de contato com outros investigados, restrição de saída do país com entrega dos passaportes em 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.

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