Defesa de trio entrega à PF vídeo de Moraes em aeroporto e diz que ministro chamou o acusado de bandido
De acordo com Tórtima Filho, um dos integrantes da família perguntou três vezes a Moraes: “O senhor está nos ameaçando?” O ministro proferiu a palavra “bandidos”, conforme relato da família
Nesta quarta-feira (19), a defesa de Roberto Mantovani Filho, Andreia Munarão e Alex Zanatta Bignotto, que supostamente hostilizaram o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, nesta sexta-feira (14), entregou à Polícia Federal (PF) um vídeo do ocorrido do Aeroporto Internacional de Roma, na Itália. Segundo o advogado Ralph Tórtima, o material mostra o ministro chamando Alex Zanatta de “bandido”. Os três já tiveram seus depoimentos colhidos pela PF de Piracicaba. O inquérito corre em Brasília.
Segundo ele, em frente à área VIP do aeroporto, o vídeo teria sido gravado depois do magistrado vir até a família para retirar seu filho da confusão. Quando se aproximou do casal, diz o advogado, Moraes teria tirado uma foto da família Mantovani e dito que a confusão “teria consequências”. De acordo com Tórtima Filho, um dos integrantes da família perguntou três vezes a Moraes: “o senhor está nos ameaçando?” O ministro proferiu a palavra “bandidos”, conforme relato da família.
As oitivas da investigação duraram cerca de duas horas e meia. O filho do casal, Giovanni, de 20 anos, também foi ouvido na qualidade de testemunha do caso.
Durante o depoimento nesta terça-feira (18), as residências da família foram alvo de uma busca e apreensão autorizada pela ministra Rosa Weber. Celulares e computadores da família foram apreendidos pela Polícia Federal. O inquérito é sigiloso. De acordo com Tórtima Filho, o argumento da diligência foi o fato de Mantovani e Andreia não terem prestado depoimento no domingo, acarretando uma “demora no cumprimento das oitivas”.
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Um casal envolvido no caso foi, inclusive, alvo de um mandado de busca e apreensão por ordem da presidente do STF, a ministra Rosa Weber. O ministro aposentado do STF, Ricardo Lewandowski, chegou a dizer que a suposta agressão pode ser configurada como crime contra o “Estado Democrático de Direito”.
No entanto, advogados, membros do Ministério Público e professores questionam a legalidade do procedimento e afirmam que existe uma desproporcionalidade na medida, além de falta de competência do STF para conduzir o inquérito.
Juristas e políticos consideram ilegal a busca e apreensão autorizada contra o casal. Esse tipo de investigação, conhecida como fishing expedition (uma busca especulativa), é proibida pela legislação brasileira.
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