Dino ataca policiais envolvidos em Operação Escudo: "Reação desproporcional"
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) comunicou que bandidos atingiram o agente da Rota com um disparo na região do tórax. Ele chegou a ser atendido por outros policiais que se dirigiram ao local do crime, mas não resistiu
A Operação Escudo, iniciada em 28 de julho com promessa de um mês de duração, acontece depois da morte do soldado da Rota Patrick Reis, que foi baleado e morto um dia antes, durante patrulhamento na comunidade Vila Zilda, no Guarujá. O soldado foi atingido por um sniper do tráfico enquanto a viatura da Rota deixava o local. O ministro da justiça, Flávio Dino, manteve-se em silêncio diante do assassinato do policial, mas, após vídeo publicado pelo suposto assassino, acusando a polícia de “matança”, Dino se manifestou. Na prioridade de defender os criminosos – “vítimas” –, tacha a operação resultante como “desproporcional”.
Uma comissão formada pela Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo, pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) está em Guarujá, litoral paulista, para investigar as denúncias desse suposto excesso policial. No curso da operação, 10 pessoas foram presas. Segundo o governo paulista, 8 morreram. A Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo, no entanto, fala em 10 mortos.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) comunicou que bandidos atingiram o agente da Rota com um disparo na região do tórax. Ele chegou a ser atendido por outros policiais que se dirigiram ao local do crime, mas não resistiu.
O assassinato do policial não foi suficiente para prender a atenção de Dino, que só se manifestou após alguns dias da Operação Escudo, quando o suposto assassino do polícial publicou um vídeo acusando Tarcísio de Freitas e o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite de “matança”.
— Repórter Nilton Santos (@niltoncanalnbs) July 31, 2023
Após o vídeo publicado, a polícia conseguiu prender o suspeito. Foi quando o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) publicou no Twitter (X):
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) July 30, 2023
Em resposta ao vídeo do rapaz, Dino finalmente se manifestou:
"Chama atenção o fato de ter um terrível crime contra policial, que merece repúdio e repulsa, e houve reação imediata que não parece, neste momento, ser proporcional em relação ao crime que foi cometido. Isso não é possível de afirmar agora, com 24 horas praticamente, por isso é muito importante garantir o principal: que investigações ocorram, conduzidas pelas autoridades do Estado de São Paulo", disse.
Demonstrando sua desconfiança para com os policiais, o ministro deixa sua ameaça registrada: “...não tenho dúvida que as imagens das câmeras [dos uniformes dos policiais] são fundamentais para o esclarecimento do fato", disse. "Com certeza, as imagens das câmeras vão conseguir demonstrar se houve aquilo que o governo do Estado tem informado, ou seja, reação a ataques, ou se houve de fato descumprimento da lei", ponderou, sempre deixando claro para o povo que os verdadeiros tiranos são os praças.
O ministro afirmou que está "acompanhando" a situação, mas não vê necessidade de "intervenção" federal no caso. "Neste momento, o fundamental é garantir que haja essa investigação independente no Estado de São Paulo.
Reação do governador
O governador Tarcísio ressaltou que não houve excesso por parte dos policiais durante a operação no litoral paulista. “Não houve hostilidade, excesso; houve atuação profissional que resultou em prisões e vamos continuar com as operações.”
Sobre os resultados da operação, informou: “Nós tivemos dez prisões, aqueles que se entregaram à polícia foram presos e entregues à Justiça. O autor do disparo foi preso e entregue à Justiça [...] Nós não vamos deixar passar impune uma agressão a policial”, concluiu.
Conforme o governador, a operação da Rota na Baixada Santista “vai continuar”. “Nós vamos levar para a Baixada Santista o aumento de efetivo com unidades da polícia militar. A gente sabe quanto a criminalidade tem assolado os moradores da região.”
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Atualizações da Operação
A iniciativa envolve agentes dos 15 batalhões de operações especiais de São Paulo. Ao todo, há 3 mil policiais militares e pelotões da Tropa de Choque e das forças locais.
De acordo com a SSP, foram presos em flagrante uma mulher de 27 anos e quatro homens, com idades entre 22 e 33 anos. No primeiro dia das operações, os agentes conduziram os suspeitos para a Delegacia do Guarujá. A corporação registrou o caso como homicídio, tentativa de homicídio e associação ao tráfico de drogas.
A PM comunicou que os agentes apreenderam porções de cocaína e materiais utilizados para o preparo e para a comercialização da droga. O espólio inclui balanças e embalagens.
Além de Bastos Reis, o cabo identificado como Marin acabou ferido. O policial da Rota que sobreviveu ao ataque foi baleado na mão.
“Não vamos descansar enquanto não prendermos todos”, afirmou o secretário Guilherme Derrite, em publicação no Twitter (X).
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