OMISSÃO

Inquérito militar aponta “falha” de GSI durante invasão do Planalto em 8 de janeiro

Paulo Briguet · 31 de Julho de 2023 às 17:59 ·

Sem indicar culpados, relatório diz que o Gabinete de Segurança Institucional previu “situação de normalidade” e enviou número reduzido de homens para o local

O inquérito policial militar aberto para investigar os atos de vandalismo em 8 de janeiro apontou “indícios de responsabilidade” da Secretaria de Segurança e Coordenação, ligada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), na época comandado pelo então ministro Gonçalves Dias. O documento, obtido pelo jornal Folha de S. Paulo, isenta as tropas de qualquer responsabilidade pelos acontecimentos.

O relatório diz ainda que a Secretaria de Segurança deveria ter buscado “informações indispensáveis ao planejamento de ações preventivas” junto à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) – no entanto, isso não foi feito.

No dia 6 – a sexta-feira anterior aos atos de vandalismo –, o GSI previu uma “situação de normalidade” durante o final de semana. O ministro Gonçalves Dias recebeu 11 alertas em seu WhatsApp até o início dos ataques. Vale lembrar que a Secretaria de Segurança e Coordenação era chefiada pelo general Carlos Feitosa Rodrigues, indicado na gestão de Augusto Heleno e mantido no cargo por Gonçalves Dias.

O relatório não cita nomes nem aponta culpados, limitando-se a concluir que existem “indícios de responsabilidade” da Secretaria e “falha no planejamento e na execução das ações” em 8 de janeiro. “Nesse sentido, a invasão do Planalto poderia ter sido evitada ou minimizados os danos patrimoniais.”

Imagens do circuito interno no Palácio do Planalto mostram reduzido número de homens no local e falta de comando no momento da invasão. O Comando Militar do Planalto enviou apenas um pelotão (36 homens), para fazer a segurança no local.

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