“São os homens que decidem ir para a guerra, e são as mulheres que sofrem as piores consequências", diz Janja
Janja deixa a entender que a predominância masculina na elite governamental é a principal causadora da guerra, já que a substituição pelas mulheres efetivamente sanaria o problema
Cooperando com o presidente empossado em suas frases polêmicas, a primeira-dama, Janja Lula da Silva, enfatizou a importância da participação efetiva das mulheres no governo: “São os homens que decidem ir para a guerra, e são as mulheres que sofrem as piores consequências.” A frase faz parte de um artigo de sua autoria para o jornal francês Le Monde, desta segunda-feira (31).
“São os homens que decidem ir para a guerra, e são as mulheres que sofrem as piores consequências. No entanto, eles são encarregados de defender a dignidade de suas famílias e comunidades durante situações de conflito. É impossível, portanto, nessas condições, imaginar poder superar as guerras e construir a paz sem a participação efetiva das mulheres”, escreveu Janja.
Janja deixa a entender que a predominância masculina na elite governamental é a principal causadora da guerra, já que a substituição pelas mulheres efetivamente sanaria o problema. Segundo ela, os problemas causados por conflitos “masculinos” têm consequência apenas para mulheres e crianças, durante e depois da guerra – ignorando, é claro, quem esteve no fronte de batalha.
Segundo a petista, sua linha de raciocínio teve como estopim o tenebroso vislumbre do passado, quando, no Museu Memorial da Paz em Hiroshima, pôde ver “a visão das ruínas deixadas pela explosão nuclear”, obrigando-se a refletir sobre as graves consequências das guerras. Diante desse tema universal e profundo, chegou à brilhante e, segundo ela, “implacável” conclusão: “...Sabemos que o papel socialmente construído da mulher coloca sobre os seus ombros o peso e o fardo das suas famílias e das suas comunidades”.
Veja mais:
- Censura nas redes: YouTube remove canal do BSM pela segunda vez
- Lula prepara novo tour para visitar países africanos; o petista já visitou 15 países desde janeiro
- O poste mijando no cachorro: soltura para maconheiro e prisão para adulteradores de leite
Logo, a solução: desconstrução do “papel socialmente construído” das mulheres e a construção de um papel usurpado pelos homens, causadores de guerras e da violência contra a mulher nessas épocas obscuras. O perigo real para os mais vulneráveis não pode ser negado, é claro, assim como a primeira-dama chamou atenção para o aumento de violência sexual:
“Nas regiões onde a violência faz parte da vida cotidiana, as mulheres e meninas têm a responsabilidade de manter uma forma de normalidade e, ao mesmo tempo, são as mais expostas aos diferentes tipos de violência causados pela guerra, em particular as sistemáticas, exercida contra seus corpos.”
O seu esposo e atual ocupante da presidência da república, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), virou assunto internacional por falas controversas a respeito da guerra da Rússia com a Ucrânia ao longo de 2023.
Pouco antes de embarcar de Pequim para Abu Dhabi, em 15 de abril, Lula disse ser “preciso que os EUA parem de incentivar a guerra” e “que a União Europeia comece a falar em paz”. No dia seguinte, nos Emirados Árabes Unidos, o presidente falou que o conflito entre Rússia e Ucrânia é culpa dos 2 países.
Para piorar, em entrevista à revista Time, publicada em 4 de maio de 2022, quando questionado sobre a guerra na Ucrânia e as relações diplomáticas que Lula mantinha com alguns líderes de determinadas nações, o presidente soltou a gafe:
“Nós, políticos, colhemos aquilo que nós plantamos. Se eu planto fraternidade, solidariedade, concórdia, eu vou colher coisa boa. Mas se eu planto discórdia, eu vou colher desavenças. Putin não deveria ter invadido a Ucrânia. Mas não é só o Putin que é culpado, são culpados os Estados Unidos e é culpada a União Europeia. Qual é a razão da invasão da Ucrânia? É a OTAN? Os Estados Unidos e a Europa poderiam ter dito: ‘A Ucrânia não vai entrar na OTAN’. Estaria resolvido o problema.”
A Casa Branca reagiu. Um porta-voz do governo americano chegou a dizer que a posição brasileira “é profundamente problemática” e que o país estaria "papagueando propaganda russa e chinesa" sobre a guerra.
A Europa também se manifestou. “Não é verdade que os Estados Unidos e a União Europeia estão ajudando a prolongar o conflito. Nós oferecemos inúmeras possibilidades à Rússia de um acordo de negociação em termos civilizados”, disse Peter Sano, porta-voz para Assuntos Externos da União Europeia.
Veja mais:
Tribunal anula condenação de Cesare Battisti por evasão de divisas
“Tem patriota querendo se encontrar com Olavo”, diz comediante em curta-metragem
Planalto analisa mudar regras de saque-aniversário do FGTS; entenda
Lula pretende colocar PP e Republicanos no primeiro escalão nos próximos 10 dias
Violência e caos nas prisões do Equador; presidente decreta estado de exceção
Ativismo judicial no Brasil compromete separação dos Três Poderes e a tão "protegida" democracia
"Por apenas R$ 12/mês você acessa o conteúdo exclusivo do Brasil Sem Medo e financia o jornalismo sério, independente e alinhado com os seus valores. Torne-se membro assinante agora mesmo!"