RELIGIÃO

Suécia autoriza queima da Bíblia e Torá em manifestações

Rhuan C. Soletti · 18 de Julho de 2023 às 14:56 ·

O governo de Israel se pronunciou com fortes críticas à decisão sueca. “Como presidente de Israel, condenei a queima do Alcorão, sagrado para os muçulmanos em todo o mundo

Neste sábado (15), o governo da Suécia autorizou a queima da Bíblia e da Torá (Pentateuco, para os  cristãos) em manifestações. A Torá é composta pelos 5 primeiros livros do velho testamento (Gênesis, Exôdo, Levítico, Números e Deuteronômio). A autorização se deu após queima pública do Alcorão, livro considerado sagrado pelos muçulmanos, em protesto no primeiro dia da Festa Islâmica do Sacrifício, ou Eid al-Fitr (celebração muçulmana que marca o fim do jejum do Ramadã). 

No momento da queima do al-Qurʾan, o iraquiano Salwan Momika pisou várias vezes em uma cópia, em frente à uma mesquita de Estocolmo. Por causa da queima do livro de Maomé, a polícia de Estocolmo, capital da Suécia, autorizou a queima do livro sagrado dos cristãos e dos judeus.

Leia mais:

Dia da Infâmia: Livro revela o drama dos presos políticos do 8 de janeiro

Defesa de Bolsonaro diz que pedido da PGR sobre redes sociais é uma "tentativa de monitoramento político"

Literatura: última resistência contra a ditadura do silêncio

O governo de Israel se pronunciou com fortes críticas à decisão sueca. “Como presidente de Israel, condenei a queima do Alcorão, sagrado para os muçulmanos em todo o mundo”, disse o presidente israelense, Isaac Herzog (יצחק הרצוג), no Twitter. “E agora estou com o coração partido, porque o mesmo destino aguarda uma Bíblia judaica, o livro eterno do povo judeu”, completou o israelense.

Permitir a desfiguração de textos sagrados não é um exercício de liberdade de expressão, é uma incitação flagrante e um ato de puro ódio”, acrescentou Herzog. “O mundo inteiro deve se unir para condenar inequivocamente esse ato repulsivo”, completou ele.

A porta-voz da polícia sueca Carina Skagerlind, disse que a autorização não é referente a um pedido oficial para queimar publicamente a Bíblia nem a Torá, mas a uma reunião na qual uma “opinião” seria expressa. “Isso é uma diferença importante”, ressaltou a porta-voz. As declarações foram feitas em entrevista à agência de notícias AFP.

No Twitter, Carina publicou: “Não importa quantas vezes eu disser que a polícia NÃO [sic] dá permissão para queimarem escrituras sagradas, mas dá permissão para realizar uma assembleia pública de discussão. Ou vocês não entendem, ou não querem entender. Não sei o que é pior.”

No registro de uma manifestação, apesar das declarações de Carina, os manifestantes anunciaram que iriam queimar exemplares da Torá e da Bíblia. Os manifestantes disseram que a ação é um protesto à queima do Alcorão islâmico no fim de junho. 

Momika pisou no Alcorão enquanto erguia a bandeira sueca. Para provocar ainda mais os muçulmanos, usou bacon (alimento impuro para eles) no livro e queimou algumas páginas. Apesar de ter justificado o protesto, a polícia mais tarde abriu uma investigação sobre “incitação contra um grupo étnico”, já que ocorreu na frente de uma mesquita.

Contudo, consideram que a queima do Alcorão teve aprovação oficial, com argumento baseado na liberdade de expressão. Diante isso, manifestantes muçulmanos ameaçam a queima da Bíblia como pretexto expor a “hipocrisia sueca”.

 

Eid al-Fitr

Também conhecido como o Festival da Quebra do Jejum, é uma celebração islâmica que marca o fim do Ramadã (quarto dos cinco pilares do Islã), que é o mês sagrado de jejum dos muçulmanos. É um momento que celebra alegria e gratidão, quando os muçulmanos se reúnem para orações específicas, compartilham refeições festivas e trocam presentes.

Durante o período, os muçulmanos expressam gratidão a Allah pelas graças adquiridas durante o Ramadã, além de fortalecerem os laços familiares e comunitários e praticarem atos de caridade.

Reprodução: Wikipedia

Veja mais:

Flávio Dino diz que Lula irá divulgar novo decreto anti-armas nesta semana

Agenda 2030 da ONU: ministra Rosa Weber lançará tradução da Constituição para língua indígena; entenda

Após posar em foto "fazendo o L", Yury do Paredão poderá ser expulso do PL

Investigado por ameaças a filho de desembargador, Appio seguirá afastado da 13ª Vara de Curitiba

Agressão contra Moraes pode configurar crime contra o Estado Democrático de Direito, diz Lewandowski

Na Bélgica, Lula defende regulação das mídias sociais e “normalização” da Venezuela

 


"Por apenas R$ 12/mês você acessa o conteúdo exclusivo do Brasil Sem Medo e financia o jornalismo sério, independente e alinhado com os seus valores. Torne-se membro assinante agora mesmo!"



ARTIGOS RELACIONADOS