EXTREMA-ESQUERDA

Na Bélgica, Lula defende regulação das mídias sociais e “normalização” da Venezuela

Diógenes Freire · 18 de Julho de 2023 às 09:43 ·

“O que é crime na vida real, deve ser crime no mundo digital”, disse o petista que também atacou os trabalhos via aplicativo, como serviços de transporte e entrega

Ao discursar na abertura da 3ª Reunião de cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) –  União Europeia (UE), em Bruxelas, na Bélgica, o presidente empossado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou a defender a regulação das mídias sociais “para combater ilícitos cibernéticos e a desinformação”.

“O que é crime na vida real, deve ser crime no mundo digital”, disse o petista na última segunda-feira (17). Lula também atacou os trabalhos via aplicativo, como serviços de transporte e entrega. 

“Aplicativos e plataformas não podem simplesmente abolir as leis trabalhistas pelas quais tanto lutamos. A precarização do trabalho precisa ser revertida”, afirmou Lula ao defender o aumento do poder do Estado em detrimento do enfraquecimento do empreendedorismo individual.

Leia também: Em reunião do Mercosul, líderes contrariam Lula sobre "democracia" na Venezuela

Apesar de discursar em nome da igualdade, de usar o pobre como bandeira política e de falar em paz, o petista voltou a falar em “governança global” e disse ter debatido a possibilidade de “normalizar” a situação na Venezuela.

Durante a transmissão da live presidencial, nesta terça-feira (17), direto da Bélgica, Lula disse ter abordado o tema da Venezuela - que o petista nega reconhecer como uma ditadura - em reunião com a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, e com o líder da oposição venezuelano, Gerardo Blyde. Também teriam participado do encontro os presidentes Emmanuel Macron (França), Gustavo Petro (Colômbia) e Alberto Fernández (Argentina).

O objetivo da reunião seria discutir as eleições presidenciais venezuelanas de 2024. Na última quinta-feira (13), a ditadura venezuelana informou que não permitirá a entrada de observadores da União Europeia (UE) durante as eleições presidenciais. 

A principal opositora do ditador e amigo de Lula, Nicolás Maduro, teve os direitos políticos cassados no mesmo dia em que o ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), foi condenado a ficar inelegível pelos próximos oito anos. 

O regime de Maduro cassou os direitos políticos da candidata da oposição, María Corina Machado, que foi impedida de exercer cargos públicos pelos próximos 15 anos.

 


"Por apenas R$ 12/mês você acessa o conteúdo exclusivo do Brasil Sem Medo e financia o jornalismo sério, independente e alinhado com os seus valores. Torne-se membro assinante agora mesmo!"



ARTIGOS RELACIONADOS