GUERRA DECLARADA

Para repatriar brasileiros na Faixa de Gaza, a autorização do Egito é aguardada

Rhuan C. Soletti · 10 de Outubro de 2023 às 10:38 ·

Em apenas quatro dias, o grupo terrorista Hamas tem até o momento mais de 1.200 israelenses mortos mais de 2.300 feridos. Além disso, diversos estrangeiros já foram brutalmente assassinados. Vídeos circulam na internet, mostrando os palestinos carregando os corpos de suas vítimas estrangeiras e israelenses nuas e mutiladas

O Ministério das Relações Exteriores anunciou, na terça-feira (10), que está aguardando a autorização do Egito para a repatriação de 26 cidadãos brasileiros que atualmente se encontram na Faixa de Gaza. A proposta é que esse grupo seja conduzido através do posto de Rafah, situado na fronteira sul da Faixa de Gaza – o único ponto de saída pelo Egito, que não conduz à vizinha Israel. A partir desse ponto, os brasileiros teriam a possibilidade de se deslocar até o Cairo, onde poderiam embarcar em voos diretos de volta ao Brasil.

Este território é controlado pelo grupo designado como Hamas, que, no início da manhã deste sábado (7), lançou muitos foguetes na região sul de Israel, ao mesmo tempo que fazia um ataque coordenado por terra. Centenas de terroristas entraram em Israel e foram para as cidades perto da faixa de Gaza e executaram civis que encontravam. Israel enfrenta o maior ataque coordenado do grupo terrorista em sua história.

Reprodução / Google Maps

O embaixador Alessandro Candeiras, chefe do Escritório de Representação do Brasil em Ramalá, na Cisjordânia, afirmou à GloboNews que já providenciou o aluguel de um ônibus para transportar o grupo de brasileiros que se encontra na Faixa de Gaza até a fronteira meridional da região.

"Nós já temos toda a logística pronta, ônibus alugado para sair de Gaza até a fronteira sul, pelo posto de Rafah. Nós estamos aguardando apenas a autorização do Egito para que eles cruzem a fronteira", declarou Candeias.

A partir de Rafah, localizada em território egípcio, o Ministério das Relações Exteriores teria uma logística mais favorável para encaminhar os brasileiros à aguardada repatriação no Aeroporto Internacional do Cairo, proporcionando-lhes a oportunidade de embarcar em voos comerciais de retorno ao Brasil.

Até o presente momento, as operações de resgate conduzidas pelo Itamaraty estão centralizadas no Aeroporto Ben-Gurion, situado em Tel Aviv, Israel. Esta escolha se deve à infraestrutura de transportes mais ampla disponível nesse local, além da concentração de brasileiros que também aguardam sua repatriação.

Além disso, Israel concedeu autorização para sobrevoo e aterrissagem de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para o resgate de brasileiros. Atualmente, um avião se encontra em solo italiano, mais precisamente em Roma, com uma segunda decolagem programada para esta segunda-feira (9). O Ministério das Relações Exteriores (MRE) reporta um aumento significativo, chegando a 1,7 mil brasileiros manifestando interesse em repatriação.

Em um anúncio realizado no domingo (8), o governo Lula (PT) revelou a implementação de um plano de repatriação destinado aos brasileiros que se encontram atualmente em Israel e na Palestina, após os ataques brutais do grupo terrorista Hamas contra os israelenses, levando o governo israelense à declarar guerra contra o grupo. A coordenação dessa missão será realizada em colaboração com as embaixadas brasileiras na região, que serão responsáveis por compilar a lista dos cidadãos desejosos de retornar ao Brasil.

O primeiro avião, um KC-30, com capacidade para transportar até 230 passageiros, partiu de Natal (RN) com destino a Roma, Itália, onde aguardará as instruções para seguir rumo a Israel. Atualmente, uma lista de passageiros está em processo de elaboração para garantir o retorno seguro dos brasileiros.

Seis aeronaves, com capacidade total para transportar 696 passageiros, estão atualmente em fase de preparação para esse esforço de repatriação. Segundo as autoridades brasileiras, aproximadamente 14 mil brasileiros residem em Israel, enquanto outros 6 mil vivem na Palestina.

Além disso, um adicional de 700 brasileiros expressaram interesse na repatriação, somando-se aos que já haviam indicado previamente seu desejo de retorno ao Brasil. Antes disso, o Ministério das Relações Exteriores, conhecido como Itamaraty, havia registrado cerca de mil brasileiros e seus dependentes por meio de um formulário online disponibilizado pela embaixada brasileira em Tel Aviv, que tinha como objetivo solicitar a repatriação. Notavelmente, a maioria dos solicitantes são turistas que estavam hospedados em Tel Aviv ou Jerusalém, incluindo grupos de evangélicos que estavam visitando o país.

Entenda

Hamas (حماس) é uma sigla que significa "Harakat al-Muqawama al-Islamiyya" (حركة المقاومة الاسلامية), que se traduz para "Movimento de Resistência Islâmica" em inglês. É uma organização política e militar palestina fundada em 1987 durante a Primeira Intifada, um levante palestino contra o domínio israelense nos territórios ocupados.

Reprodução

Em apenas quatro dias, o grupo terrorista Hamas tem até o momento mais de 1.200 israelenses mortos mais de 2.300 feridos. Do total de mortos, mais de 400 vítimas são palestinas, enquanto mais de 700 são cidadãos israelenses. Esses dados alarmantes foram tornados públicos neste domingo (8), por meio do perfil oficial do governo de Israel na plataforma X (Twitter) e pelo veículo de imprensa Times of Israel. A escalada de violência na região continua a causar profunda preocupação internacional.

Além disso, diversos estrangeiros já foram brutalmente assassinados, como o caso do festival de música eletrônica que foi atacado. Diversos turistas foram feitos de reféns. Vídeos circulam na internet, onde os palestinos realizam atrocidades, carregam os corpos de suas vítimas estrangeiras e Israelenses nuas e mutiladas.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou que o país está em guerra após o ataque sangrento surpresa do Hamas contra o país. “Cidadãos de Israel, estamos em guerra – não numa operação, não em rondas – em guerra. (...) O inimigo pagará um preço sem precedentes”, disse o político em vídeo publicado nas suas redes sociais. 

Neste domingo (8), o gabinete de segurança de Israel declarou oficialmente o estado de guerra, de acordo com a assessoria de imprensa do governo.

"O ataque do Hamas foi incessante e, até o momento, foram milhares de mísseis disparados contra os civis israelenses e que continuam a cair enquanto escrevo. Ao mesmo tempo que as famílias tentavam se proteger dos mísseis, terroristas invadiram por terra, pegaram veículos já preparados, dominaram uma pequena base do exército em Reim e prosseguiram pelas cidades, executando civis que tentavam fugir ou se defender.

[...]

"Se Israel reagir de modo fraco, isto é, se Israel não eliminar o Hamas, o Hamas fortalecerá de modo muito significativo seu discurso e cantará vitória. Provavelmente, Ben Gvir irá derrubar a atual coalizão. Se Israel derrubar o Hamas, certamente parte de seus líderes e membros usará do dinheiro iraniano para se esconder e se juntar a Jihad Islâmica que possui ideologia similar e igualmente patrocínio do Irã", disse Ricardo Gancz, correspondente do BSM em Israel, em matéria publicada no sábado (7).


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