GUERRA EM ISRAEL

Soraya Thronicke associa grupo assassino do Hamas a idosas que "oram com Bíblia na mão”

Rhuan C. Soletti · 9 de Outubro de 2023 às 14:04 ·

O grupo terrorista Hamas deixou, em apenas três dias, milhares de israelenses mortos e feridos – crianças, idosos e mulheresEles realizam atrocidades, carregam os corpos de suas vítimas estrangeiras e israelenses nuas e mutiladas

A senadora Soraya Thronicke (Podemos) fez comparação entre o grupo terrorista Hamas e o cenário de "senhorinhas fundamentalistas orando com a Bíblia nas mãos", dizendo que "é assim que começa". A declaração infeliz foi emitida em suas redes sociais, logo após a parlamentar expressar sua condenação à ação do Hamas, responsável por realizar sequestros, estupros, torturas e um elevado número de assassinatos durante a recente ofensiva contra Israel desde sábado (7).

O conflito armado entre Israel e o grupo terrorista Hamas tem até o momento mais de 1.200 mortos mais de 2.300 feridos. Do total de mortos, mais de 400 vítimas são palestinas, enquanto mais de 700 são cidadãos israelenses. Esses dados alarmantes foram tornados públicos neste domingo (8), por meio do perfil oficial do governo de Israel na plataforma X (Twitter) e pelo veículo de imprensa Times of Israel. A escalada de violência na região continua a causar profunda preocupação internacional.

Além disso, vale lembrar que diversos estrangeiros já foram brutalmente assassinados, como o caso do festival de música eletrônica que foi atacado. Diversos turistas foram feitos de reféns. Vídeos circulam na internet, onde os palestinos realizam atrocidades, carregam os corpos de suas vítimas estrangeiras e Israelenses nuas e mutiladas.

Por meio de seu perfil nas redes sociais, a senadora tomou postura contra os ataques, afirmando que "não há como abrir espaço para ouvir qualquer defesa de uma ‘possível legitimidade’ nos ataques a Israel quando se ataca civis, especialmente crianças, mulheres e idosos".

Thronicke também afirmou que o Hamas “é uma organização terrorista que se esconde por detrás de uma reivindicação para disfarçar pretensa legitimidade”. Após a publicação, um perfil comentou, ironicamente:

“Enfim descobriu o que é terrorismo, que é muito diferente do nosso 08 de Janeiro. Espero que aprenda a lição”.

A senadora, enraivecida, respondeu ao comentário, sugerindo que as idosas vistas rezando durante as manifestações anti-Lula, que culminaram nas depredações do Planalto, representam como começa um grupo terrorista e sanguinário, nada cristão, como o Hamas. Ela publicou:

“Estás falando das senhorinhas fundamentalistas orando com a Bíblia nas mãos? Qualquer semelhança não é mera coincidência. É assim que tudo começa! Tente enganar outros, aqui você não tem futuro”, disse Thronicke em resposta ao perfil.

 Reações

O ex-secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, deixou o cargo de coordenador da área de saúde no programa de governo do pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSOL-SP, Guilherme Boulos. Sua saída foi ocasionada pela postura favorável à Palestina adotada por Boulos após os recentes ataques brutais realizados pelo Hamas contra Israel.

“Diante da postura pró-Palestina que não menciona ou condena o grupo extremista Hamas pelos atentados terroristas em Israel no último sábado, que vitimaram civis e sequestraram mulheres e crianças de forma bárbara, adotei a decisão oficial de me retirar da coordenação do plano na área de Saúde”, disse Gorinchteyn, que é judeu.

Em sua conta no X (Twitter), Boulos declarou sua condenação aos ataques violentos que resultaram na morte de civis tanto israelenses quanto palestinos, enfatizando sua rejeição a qualquer tipo de meias palavras. No entanto, a formulação de sua declaração parece sugerir uma equivalência entre o ataque do Hamas e a resposta militar de Israel, sem fazer menção direta ao grupo extremista em sua mensagem.

Os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros parlamentares, utilizaram suas redes sociais para compartilhar fotos de Guilherme Boulos na Cisjordânia, datadas de 2018. Nas imagens, Boulos aparece ao lado de outros membros do PSOL e posa próximo a uma pedra que exibe a inscrição "PSOL com a Palestina". Esse episódio gerou controvérsia e reações na esfera política, destacando a postura de Boulos em relação ao conflito no Oriente Médio.

Reprodução: redes sociais

Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 442), que busca descriminalizar o assassinato intrauterino até a 12ª semana de gestação, foi proposta pelo mesmo PSOL, em março de 2017. Tem como objetivo declarar a inconstitucionalidade dos artigos do Código Penal que tratam o aborto como crime.

Jair Bolsonaro (PL), diante das notícias, emitiu um comunicado de repúdio aos ataques perpetrados pelo braço armado do Hamas contra Israel. No entanto, ele também aproveitou o episódio para lançar críticas direcionadas ao presidente empossado Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Por meio de uma de suas redes sociais, Bolsonaro recordou que o Hamas parabenizou Lula por sua vitória nas eleições de outubro de 2022, lançando luz sobre essa conexão política em meio ao contexto internacional.

Na época, o grupo terrorista islâmico afirmou que a eleição de Lula “é uma vitória para todos os povos oprimidos ao redor do mundo, particularmente o povo palestino, pois ele é conhecido por seu forte e contínuo apoio aos palestinos em todos os fóruns internacionais”.

Nesta manhã, o Ministério das Relações Exteriores escreveu uma nota em que alega repudiar os atentados contra o povo israelense. Chamou atenção, contudo, o fato de a diplomacia brasileira ignorar o Hamas.

Entenda

Hamas (حماس) é uma sigla que significa "Harakat al-Muqawama al-Islamiyya" (حركة المقاومة الاسلامية), que se traduz para "Movimento de Resistência Islâmica" em inglês. É uma organização política e militar palestina fundada em 1987 durante a Primeira Intifada, um levante palestino contra o domínio israelense nos territórios ocupados.

Israel enfrenta o maior ataque coordenado do grupo terrorista em sua história. No início da manhã deste sábado (7), o Hamas ao mesmo tempo lançou muitos foguetes na região sul de Israel e fez um ataque coordenado por terra. Centenas de terroristas entraram em Israel e foram para as cidades perto da faixa de Gaza e executaram civis que encontravam. 

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou que o país está em guerra após o ataque sangrento surpresa do Hamas contra o país. “Cidadãos de Israel, estamos em guerra – não numa operação, não em rondas – em guerra. (...) O inimigo pagará um preço sem precedentes”, disse o político em vídeo publicado nas suas redes sociais. 

Neste domingo (8), o gabinete de segurança de Israel declarou oficialmente o estado de guerra, de acordo com a assessoria de imprensa do governo.

"O ataque do Hamas foi incessante e, até o momento, foram milhares de mísseis disparados contra os civis israelenses e que continuam a cair enquanto escrevo. Ao mesmo tempo que as famílias tentavam se proteger dos mísseis, terroristas invadiram por terra, pegaram veículos já preparados, dominaram uma pequena base do exército em Reim e prosseguiram pelas cidades, executando civis que tentavam fugir ou se defender.

[...]

"Se Israel reagir de modo fraco, isto é, se Israel não eliminar o Hamas, o Hamas fortalecerá de modo muito significativo seu discurso e cantará vitória. Provavelmente, Ben Gvir irá derrubar a atual coalizão. Se Israel derrubar o Hamas, certamente parte de seus líderes e membros usará do dinheiro iraniano para se esconder e se juntar a Jihad Islâmica que possui ideologia similar e igualmente patrocínio do Irã", disse Ricardo Gancz, correspondente do BSM em Israel, em matéria publicada no sábado (7).

Outras posturas no governo

Reprodução

A bandeira de Israel foi projetada na cúpula do Senado, no prédio do Congresso Nacional, em Brasília (DF), num "ato de solidariedade", no domingo (8). A homenagem foi realizada após os ataques do grupo terrorista Hamas ao país, que já deixou mais de 1200 israelenses mortos. No mesmo dia, o gabinete de segurança de Israel declarou oficialmente o estado de guerra, de acordo com a assessoria de imprensa do governo.

O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), revelou que a inspiração por trás da iluminação especial que iluminou o edifício do Senado partiu de um pedido pessoal direcionado ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, do PSD-MG. Alcolumbre, que professa a religião judaica, destacou que essa projeção tem um significado profundo, sendo um "sinal de solidariedade em resposta ao ataque terrorista", e ao mesmo tempo, uma sincera homenagem a "todas as vítimas, feridos e desaparecidos" que sofreram as consequências dessa tragédia.

Repatriação de brasileiros

Em um anúncio realizado no domingo (8), o governo Lula (PT) revelou a implementação de um plano de repatriação destinado aos brasileiros que se encontram atualmente em Israel e na Palestina, após os ataques brutais do grupo terrorista Hamas contra os israelenses, levando o governo israelense à declarar guerra contra o grupo. A coordenação dessa missão será realizada em colaboração com as embaixadas brasileiras na região, que serão responsáveis por compilar a lista dos cidadãos desejosos de retornar ao Brasil.

A divulgação dessa medida foi conduzida pelo ministro da defesa, José Múcio, e pelo comandante da aeronáutica, brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, após uma reunião realizada nas dependências do Ministério das Relações Exteriores.

Para facilitar o processo de repatriação, a embaixada brasileira em Tel Aviv tomou a iniciativa de disponibilizar um formulário em seu site oficial para que os brasileiros interessados em retornar por meio dos voos da Força Aérea Brasileira (FAB) possam registrar suas informações e manifestar seu desejo de participar dessa operação.

Veja mais detalhes do conflito:

 


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