Sob governo do PT, polícia da Bahia matou em um ano mais que todas as polícias dos EUA
O presidente empossado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a polícia tem de saber "diferenciar pobre de bandido"
A polícia do estado da Bahia, sob o comando do Partido dos Trabalhadores (PT) há 16 anos, matou mais pessoas, em 2022, do que todas as forças policiais dos Estados Unidos (EUA) juntas. As informações foram coletadas pelo UOL, que comparou dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Mapping Police Violence, dos EUA.
Ainda não há levantamento fechado do primeiro semestre de 2023, mas só nas últimas duas semanas pelo menos 29 pessoas foram mortas pela polícia do estado. Procurada pela reportagem do UOL, a Secretaria da Segurança Pública da Bahia defendeu que as mortes causadas por PMs têm sido reduzidas em 2023, e disse que os mortos são bandidos.
O presidente empossado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a polícia tem de saber "diferenciar pobre de bandido". Segundo o governador Jerônimo Rodrigues (PT), companheiro de Lula, os suspeitos que foram mortos por policiais são "homicidas, traficantes, estupradores, assaltantes, entre outros criminosos". Além disso, ressaltou que ele e o governo petista estão em "diálogo permanente" e ele "apura eventuais excessos cometidos pelas corporações".
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Os números dos EUA foram extraídos do Mapping Police Violence (MPV), ao somar dados de cerca de 18 mil corporações em todo o país. A organização reúne e publica as estatísticas das vítimas mortas por todas essas corporações policiais norte-americanas. A professora e pesquisadora da Universidade Harvard, Yanilda Gonzales, assegurou a confiabilidade dos dados e demonstrou preocupação com o cenário brasileiro.
A pesquisadora ressalta que a situação na Bahia deveria estar no radar das autoridades internacionais, pois apresenta uma taxa de letalidade comparável à de um país com 330 milhões de habitantes, embora a população baiana gire em torno de 15 milhões de moradores, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Deveria ser declarada uma emergência nacional. Um estado do tamanho da Bahia matou mais pessoas que as 18 mil polícias dos Estados Unidos. Um país que tem 330 milhoes de habitantes. Onde está o debate no Brasil sobre essas mortes? Como pode ser possível ter essa magnitude tão grande num estado só?”, disse a professora.
O fundador do MPV, Samuel Sinyangwe, ressaltou o componente racial no perfil das vítimas das polícias:
“Embora as taxas de violência policial nos EUA sejam extraordinariamente altas entre as democracias ricas, nações como Brasil, Venezuela e Filipinas apresentam taxas ainda mais altas. A pesquisa comparativa sugere que nações com histórico de dominação colonial, escravidão e desigualdade racial persistente têm taxas mais altas de violência policial. Expor e erradicar esses sistemas de opressão é a chave para resolver esse problema.
Sob qualquer critério de uso da força, estamos falando de uma força policial que produz muita morte, com letalidade muito alta. A mensagem é o quanto é absurdo o que está acontecendo na Bahia.”
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