PF conclui que advogado de Adélio Bispo tem vínculo com PCC

A Polícia Federal (PF) concluiu nesta terça-feira (11) que o advogado de Adélio Bispo, autor do atentado contra o então candidato à presidência Jair Bolsonaro em 2018, possui vínculos com o Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção criminosa do Brasil. Contudo, a investigação determinou que Adélio agiu sozinho na tentativa de homicídio contra Bolsonaro, em Minas Gerais. A informação foi divulgada pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, em um encontro com jornalistas em Brasília.

A operação, que contou com quatro mandados de busca e apreensão nos municípios mineiros de Pará de Minas, Lagoa Santa e São José da Lapa, foi a fase final da investigação. Além das buscas, foram cumpridos mandados judiciais que resultaram na lacração e suspensão das atividades de 24 estabelecimentos comerciais e na indisponibilidade de bens de 31 pessoas físicas e jurídicas, totalizando R$ 260 milhões.

Rodrigues explicou que a PF recebeu uma denúncia sobre uma possível ligação entre a facção, o advogado e o atentado. “Recebemos uma denúncia se houve ligação da facção com o advogado e o crime, e fomos investigar. A conclusão foi que não há relação”, afirmou. “Comprovamos, sim, a vinculação desse advogado com o crime organizado, mas nenhuma vinculação desse advogado com a tentativa de homicídio do ex-presidente. Com isso, encerramos essa investigação. Apresentamos ao Poder Judiciário hoje esse relatório sugerindo, em relação ao atentado, o arquivamento.”

A operação, denominada Cafua, faz parte de uma série de investigações da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco/MG), que visa desmantelar organizações criminosas e suas operações de lavagem de dinheiro. A ação desta terça-feira focou em crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa praticados por um grupo em Minas Gerais. O advogado de Adélio Bispo, que é o principal alvo, teve seus valores em dinheiro bloqueados.

A operação Cafua é um desdobramento da operação Caixa Forte, iniciada em 2019, que investigava o tráfico de drogas realizado pelo PCC na região metropolitana de Belo Horizonte. A Ficco/MG é uma força-tarefa coordenada pela Polícia Federal e composta pela Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Penal, com o objetivo de realizar uma atuação conjunta e integrada no enfrentamento ao crime organizado e violento.

O diretor-geral da PF enfatizou que Adélio Bispo “agiu sozinho” ao esfaquear Bolsonaro durante a campanha em Juiz de Fora (MG), em 2018. Desde abril do ano passado, a defesa de Bispo estava sob investigação, e o advogado já havia sido alvo de mandados de busca e apreensão. Agora, após análises detalhadas e aprofundamento das investigações, a PF considera o caso encerrado. 

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