ENGENHARIA DO MAL

O pastor que não tem medo de lobos

Redação BSM · 25 de Fevereiro de 2024 às 18:44 ·

Silas Malafaia defende Bolsonaro durante a manifestação deste domingo e bate pesado na trama criada para prender o ex-presidente

Durante a manifestação que reuniu milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro nas ruas de São Paulo, o Pastor Silas Malafaia, uma das vozes mais influentes no meio evangélico brasileiro, proferiu um discurso contundente, marcado por críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a membros do judiciário e em especial ao Ministro Alexandre de Moraes. O evento, que ocorreu em um momento de intensa pressão política, com uma investigação contra Bolsonaro e aliados por tentativa de um golpe de papel, serviu como palco para Malafaia expressar seu apoio a Bolsonaro, enquanto o ex-presidente enfrenta acusações e a perseguição mais dura que algum ex-presidente já sofreu.

Repúdio a Lula

Malafaia iniciou seu discurso com uma forte condenação ao presidente Lula, acusando-o de depreciar a imagem do Brasil internacionalmente: 

"Olá povo abençoado do Brasil... eu quero deixar aqui o meu repúdio ao presidente Lula que fez o Brasil ser vergonha no mundo inteiro. A fala dele não representa o povo brasileiro!"


A declaração estabeleceu o tom adotado em seu discurso, marcado por uma clara oposição ao governo atual, que ele acusa de receber elogios de "terroristas assassinos", uma referência às críticas de Lula à política externa israelense e às congratulações recebidas pelos terroristas do Hamas.

Paulada em Alexandre de Moraes

Malafaia não poupou críticas ao judiciário, acusando magistrados de agirem contra a república e o estado democrático de direito. Ele se concentrou particularmente no Ministro Alexandre de Moraes, a quem acusou de liderar uma "engenharia do mal" contra Bolsonaro: 

"Eu vim fazer aqui eu vou mostrar para vocês a engenharia do mal para querer prender Jair Messias Bolsonaro". 

Malafaia argumentou que existe uma conspiração para deslegitimar e prender o ex-presidente, minando assim o estado democrático de direito.

O 7 de Setembro de 2021 como Ponto de Inflexão

O centro do discurso de Malafaia tratou dos eventos do 7 de setembro de 2021. O pastor destacou um episódio significativo que ilustra a postura de Bolsonaro frente aos abusos impostos pelo STF. 

"Eu estava aqui com o presidente no trio elétrico... me lembro que o presidente no 7 de setembro de 21 botou para quebrar em cima do Ministro Alexandre Morais..."

O episódio foi emblemático da tensão entre o poder executivo e o judiciário, que foi o principal conflito durante o último governo.
Malafaia enfatizou a surpresa e admiração que sentiu quando Bolsonaro, após o 7 de setembro, optou por uma abordagem mais conciliatória, apesar das expectativas de uma escalada no confronto.

 "O presidente cedeu...", disse, referindo-se à reação moderada de Bolsonaro, após consulta com o ex-presidente Michel Temer, que o convenceu a adotar o caminho do apaziguamento das tensões.

"Eu disse para ele, caramba, nós não esperávamos isso, o presidente, na linguagem popular, fumou o cachimbo da paz..."

Este recuo, segundo Malafaia, demonstrou, na época, o respeito às instituições democráticas do país.

Em um momento de crítica direta ao sistema eleitoral e ao TSE, Malafaia questionou a imparcialidade das eleições de 2022. "Podiam chamar Bolsonaro de genocida, mas não podiam dizer que Lula é ex-presidiário," pontuou, evidenciando o que ele considera uma censura e parcialidade contra Bolsonaro e seus apoiadores.

O líder evangélico destacou o silêncio de Bolsonaro após as eleições de 2022. Segundo ele, a atitude demonstrou a aceitação dos resultados, contrariando as narrativas de que ele seria uma ameaça à ordem democrática. 

"A eleição acabou, Bolsonaro perdeu... Silêncio absoluto de Bolsonaro. Não atacou ninguém, não reclamou de ninguém...", ressaltou Malafaia.


Valdemar da Costa Neto, líder do Partido Liberal, assumiu a responsabilidade de questionar formalmente os resultados eleitorais, uma ação comparada por Malafaia à iniciativa do PSDB em 2014. 

"Valdemar da Costa Neto, entra com uma petição no Tribunal Superior Eleitoral questionando o resultado das urnas. Em 2014, Aécio Neves, do PSDB de Alexandre de Moraes, entrou com uma ação no TSE questionando o resultado das eleições",

explica Malafaia, apontando para um precedente na política brasileira de contestação eleitoral dentro dos meios legais e apontando a discrepância no tratamento recebido pelo PL em comparação com o PSDB. 

O discurso de Malafaia não se limitou a críticas políticas; ele também fez um apelo emocionado pela fé. "Deus abençoe a querida Pátria brasileira. Deus nos livre desses homens maus,". Depois orou, encerrando seu discurso com uma mensagem de esperança e resistência.

 


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