José Rainha admite "relação fraterna" com deputada do Psol em depoimento na CPI do MST

Durante uma operação da Polícia Civil, em março deste ano, o militante foi preso e acusado de extorquir proprietários rurais
Durante a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), o líder da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), José Rainha, afirmou que sua relação com a deputada federal, Sâmia Bomfim (PSOL-SP), é de caráter “fraterno”. A declaração foi proferida nesta quinta-feira (3), durante depoimento prestado ao colegiado.
Rainha foi um dos principais articuladores do MST durante a década de 1990, e o objetivo dos os parlamentares era questionar a participação de Rainha às invasões promovidas pelos ativistas nos últimos anos.
A oposição também indagou a ligação do militante com os políticos associados à esquerda como, por exemplo, sua relação com Sâmia Bomfim.
Quando interrogado sobre o vínculo que possuía com a deputada, o militante afirmou, apenas, deter uma “relação fraterna” com a parlamentar. Doravante, foi exibido um vídeo onde Rainha presta, claramente, apoio político à Bomfim.
O relator da ação, Ricardo Salles (PL-SP), repreendeu a mentira contada por Rainha e afirmou haver consequências caso a atitude se repetisse:
“Eu vou refazer a perguntar para não fazer falso testemunho. Pode ficar calado, mas mentir não pode. Ou fica quieto ou fala a verdade. Você sabe quais são as consequências”.
Por conseguinte, Rainha afirmou ter pedido votos para a parlamentar nas eleições de 2018. Entretanto, negou interferir na contratação de Diolinda Alves de Souza, sua ex-mulher, como Secretária Parlamentar do gabinete de Sâmia.
Rainha já havia rompido oficialmente com o MST, porém optou por não divulgar os conflitos que pautaram sua decisão. Na ocasião, afirmou que levará essa situação “para o cemitério”.
Durante uma operação da Polícia Civil, em março deste ano, o militante foi preso e acusado de extorquir proprietários rurais.
Segundo a Câmara dos Deputados, os parlamentares Kim Kataguiri (União-SP) e Evair Vieira de Melo (PP-ES) justificaram que Rainha, juntamente com Luciano de Lima e Claudio Ribeiro Passos, "foram acusados de praticar extorsões contra produtores de terras invadidas na região de Presidente Prudente (SP)".
"Por apenas R$ 12/mês você acessa o conteúdo exclusivo do Brasil Sem Medo e financia o jornalismo sério, independente e alinhado com os seus valores. Torne-se membro assinante agora mesmo!"