CPMI 8 DE JANEIRO

CPMI entra na justiça contra Mauro Cid por permanecer em silêncio, mesmo com aval do STF

Rhuan C. Soletti · 13 de Julho de 2023 às 11:18 ·

Cid prestou depoimento no Congresso com um habeas corpus (HC) que lhe garantia fazer silêncio para perguntas que poderiam produzir provas contra ele, com autorização do STF

O tenente-coronel Mauro Cid, em depoimento à CPMI do 8 de janeiro na última terça-feira (11), manteve o silêncio que tinha por direito, inclusive com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). Os advogados da Comissão, no entanto, não gostaram muito disso e entraram na justiça contra a postura de Cid.

Ele prestou depoimento no Congresso com um habeas corpus (HC) que lhe garantia fazer silêncio para perguntas que poderiam produzir provas contra ele. O militar, ainda assim, fez uso do direito ao silêncio em todos os questionamentos e não respondeu a nenhuma pergunta feita pelos parlamentares por mais de sete horas. Se recusou, inclusive, a responder perguntas básicas, como informar a própria idade.

"Por todo o exposto, e sem qualquer intenção de desrespeitar vossas excelências e os trabalhos conduzidos por esta CPMI, considerando minha inequívoca condição de investigado, por orientação da minha defesa e com base no habeas corpus 229323, concedido em meu favor pelo STF, farei uso ao meu direito constitucional ao silêncio", declarou Cid. 

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Na representação criminal, a CPMI cita que “de acordo com o artigo 4º, II, da Lei 1.579/52, constitui crime fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, tradutor ou intérprete, perante a Comissão Parlamentar de Inquérito”.

A CPMI pede, em desfavor do de Cid, o recebimento e processamento da representação, “em relação ao delito de 'calar a verdade como testemunha' perante inquérito parlamentar, a promoção de demais diligências que se entenderem necessárias para a persecução penal; e a intimação dos advogados infra-assinados para todos os atos”.

O HC que dá direito ao silêncio que Cid conseguiu foi determinado pela Suprema Corte. Na representação criminal, a CPMI inclui a decisão do STF, mas cita que ela foi "descumprida".

Desde o dia 3 de maio, Cid está preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes sob a acusação de fraudar o cartão de vacinação de Bolsonaro e de seus familiares.

Durante as investigações sobre o caso, a Polícia Federal (PF) encontrou no celular dele uma minuta para decretação de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Em sua última sessão, em 27 de junho, o colegiado ouviu o depoimento do coronel do Exército Jean Lawand Junior sobre conversas que manteve com Cid a respeito da minuta.

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