Universidade do RS poderá oferecer curso exclusivo de medicina para militantes do MST
O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) e o Sindicato Médico do RS (Simers) são contra a medida
A Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul, está discutindo a possibilidade de criação de um curso de medicina exclusivo para invasores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A forma de ingresso no curso ainda não foi definida, mas a princípio, não seria realizado um vestibular formal e já foi divulgado que apenas uma redação seria exigida. Ainda, os participantes devem ser cadastrados no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Até o momento, o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) e o Sindicato Médico do RS (Simers) já demonstraram repúdio a nova medida proposta pela universidade, por serem contrários à reserva de vagas para um segmento específico da população.
Contudo, a reitora da unviersidade, Isabel Andrade, afirma que a iniciativa visa atender as “comunidades agrárias historicamente marginalizadas pelo sistema tradicional de educação superior pública”.
Em notas oficiais publicadas, as organizações médicas do estado do RS esclareçeram o motivo do repúdio.
"O Cremers repudia toda e qualquer forma de criação de novas vagas sem critérios, que tenha como objetivo atender a determinados segmentos da sociedade e desrespeite a legislação vigente quanto ao sistema de processo seletivo para instituições de ensino superior”, afirmou o conselho.
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul também ressaltou que a criação do curso exclusivo traria uma redução da qualidade da formação técnica dos alunos, devido ao rebaixamento dos critérios de exigência.
O MST, porém, está otimista com a aprovação da demanda. A expectativa do movimento é que a primeira turma do curso se inicie já em 2024, com um número estimado de 60 alunos.
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