CPI DAS ONGS

CPI das ONGs: Brasil é responsável por apenas 2,9% da crise ambiental mundial, diz Salles

Rhuan C. Soletti · 15 de Agosto de 2023 às 14:12 ·

"No Brasil, alguns compram essa narrativa [das ONGs] por desconhecimento, outros por narrativas políticas, e outros – que não são poucos – compram a narrativa para ganhar dinheiro”, diz Salles.

O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente (MMA), citou dados para provar que o Brasil não tem responsabilidade pela poluição ambiental do planeta, ao contrário do que afirmam outros países – verdadeiros responsáveis pelo desmatamento. Salles está participando da CPI  das Organizações Não Governamentais (ONGs), nesta terça-feira (15), e alegou que o Brasil é responsável por apenas 2,9% da poluição nos últimos 50 anos. 

Segundo Salles, a culpa da “agressão à atmosfera”, de toda a poluição, são dos países responsáveis pelas grandes revoluções industriais, como Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos e Japão. “Eles cortaram suas florestas para fazer dormente de ferrovia, carvão de locomotiva, indústrias rodando em suas caldeiras, etc.”

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Com base nos dados históricos das últimas décadas, o deputado afirmou: “Eles (os países industrializados) acabaram com suas florestas para poder fazer a revolução industrial. Ficaram ricos com isso. E mais do que isso: a utilização intensiva de combustíveis fósseis, derivados de petróleo, é de responsabilidade desses países.”

É importante dizer o seguinte: do ponto de vista histórico, a responsabilidade é toda dos países ricos. O Brasil não tem nenhuma responsabilidade. Enquanto eles faziam revolução industrial, o Brasil era um país agrícola, com população habitante da faixa litorânea, praticamente sem nenhuma emissão. Zero. Então, historicamente, o problema é deles. Eles criaram esse problema”, continua.

Após preparar esse horizonte histórico, da qual os dados resultam, o ex-ministro destacou os dados que, transcendendo qualquer narrativa política, retiram a responsabilidade do Brasil, que sofre diversas pressões por essas ONGs: 

Para além do histórico, no momento presente – a respeito dos últimos 50 anos –, de 100% da poluição e desmatamento mundial, 30% foi feita pela China, 18% os EUA, 17% a União Europeia, 7% a Índia, 5% Rússia e o Brasil apenas de 2,9%. Ou seja, o Brasil tem uma contribuição, neste aspecto, 10 vezes menor do que a China.

São 6 vezes menos que os EUA e 5 vezes menos que a UE. Portanto, não é papel do Brasil vestir a máscara da culpa por mudanças climáticas. E por que este tema é importante para esta CPI? Porque, incutindo um sentimento de culpa nos brasileiros, culpa que não temos, que eles enfiam goela abaixo todos esses projetos, essas ONGs, todas essas restrições, como se fossemos culpados por algo que eles criaram e ainda estão ampliando [a poluição ambiental]”, concluiu.

Como se os dados já fossem o suficiente para embasar o perigo das ONGs, Salles ainda destrincha:

É importante lembrar que, para além desses percentuais, que nos tira a culpa, dos 2,9% que o Brasil responde, apenas metade [1,45%] se refere ao desmatamento e transformações em áreas de vegetação nativa em agricultura pecuária. A outra metade se refere às questões urbanas, de infraestrutura, de transporte, que não tem nada a ver com o desmatamento.

E mais: mesmo dentro do 1,45% de desmatamento, uma boa parte disso [sem número exato] se refere às áreas que o Código Florestal brasileiro autoriza que haja a supressão da vegetação a fim de produção agrícola. Código florestal esse que nenhum país do mundo tem, nem de longe. Se ele for aplicado nos EUA, é guerra civil.

No Brasil, alguns compram essa narrativa por desconhecimento, outros por narrativas políticas, e outros – que não são poucos – compram a narrativa para ganhar dinheiro”, conclui.


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