IDEOLOGIA WOKE

Os intolerantes dominaram o mundo

Especial para o BSM · 11 de Maio de 2024 às 09:12 ·

Jornalista Fernanda Salles escreve: “O que estamos presenciando em nosso tempo é a institucionalização da loucura”


Por Fernanda Salles

Quando reflito brevemente sobre como nossa época será descrita nos livros de história, surge a inquietante certeza de que nós, conservadores, seremos retratados como vilões, intolerantes e adversários do progresso da humanidade. Essa convicção é fundamentada em uma constatação irrefutável: os verdadeiros intolerantes detêm o controle absoluto dos meios para moldar a narrativa histórica. Eles exercem uma hegemonia sobre a cultura e, consequentemente, sobre praticamente todos os aspectos da sociedade.

O termo wokismo é uma versão em português de wokeism, que tem origem na expressão stay woke ("mantenha-se desperto, consciente"). Hoje a expressão está fortemente ligada às políticas da extrema esquerda e engloba uma série de agendas impositivas, como feminismo, movimento LGBT, desconstrução de gênero até mesmo para crianças , multiculturalismo, movimento negro (Black Lives Matter), ambientalismo radical, defesa do direito ao aborto, e por aí vai.

A agenda woke avançou como um furacão pela cultura ocidental, deixando em seu rastro o caos da crise de identidade: não apenas desconstruindo o conceito de sexo – propositadamente chamado de gênero –, mas também desafiando a imagem que o ser humano tem de si mesmo. Às vezes, não sei a qual gênero pertenço, talvez a três ou quatro entre as inúmeras opções que me são apresentadas. Às vezes, nem mesmo sei quem sou ou – incrivelmente – a que espécie realmente pertenço.
 

“A geração woke, segundo seus acólitos, quer estabelecer uma espécie de novo guia da humanidade, fixando caminhos para os quais arrastam a todos.” (Valterlucio Campelo)


Em alguns estados, como o Rio de Janeiro, as certidões de nascimento já incluem a opção de “gênero não binárie”. Essa escolha permite que os pais declarem que o seu recém-nascido, independentemente de sua genitália, não está vinculado a um sexo definido e terá “liberdade” para decidir, no futuro, com qual “gênero” se identifica dentre as diversas possibilidades postas à mesa pela militância trans.

Até pouco tempo, éramos bombardeados com essas insanidades de grupos radicais em universidades, feministas seminuas marchando nas ruas como se fossem o ápice da liberdade. No entanto, essa agenda rapidamente transcendeu os limites da militância e penetrou em instituições como o Ministério Público, o Supremo Tribunal Federal e o sistema judiciário em geral. A partir desse ponto, recusar-se a adotar a agenda "woke" passou a ser encarado como um ato criminoso.

O que estamos presenciando em nosso tempo é a institucionalização da loucura.

Antes, os pais tinham a opção de expor as mentes de seus filhos a esse mar de insanidade, mas agora, se decidem se opor ou exigir que as escolas mantenham a grade curricular tradicional, correm o risco de enfrentar processos judiciais e até ameaças à guarda dos filhos.
 

“A ‘ideologia de gênero’ é uma estupidez tão monstruosa que o simples fato de alguém aceitá-la como hipótese para discussão já revela uma total inépcia intelectual ou então uma má-fé que raia a criminalidade pura e simples. Aplicada à educação, ela destrói nas crianças a capacidade de distinguir entre realidade e fantasia, entre ser e parecer, e cria uma geração de pequenos imbecis que, ao chegar à universidade, não servirão para mais nada além de se divertir, bater pezinho com exigências impossíveis, e fazer uma confusão dos diabos com o pouco que tiverem conseguido aprender.” (Olavo de Carvalho)

 

Protestos antissemitas nos Estados Unidos

Unidas ao movimento woke, estão as marionetes globalistas que recentemente geraram caos em várias universidades americanas em uma onda antissemita, sob a fachada de defender a "causa palestina". Mascarados quebraram vidros, entoaram cânticos em favor do grupo terrorista Hamas e impediram que alunos judeus adentrassem as dependências das universidades. Parece uma história da Alemanha nazista datada das décadas de 30 ou 40, mas estamos falando de algo que ainda está em curso nos Estados Unidos.

A estreita relação entre os seguidores da onda de ódio "woke" e os manifestantes anti-Israel é evidenciada ainda mais pelo seu financiador em comum: George Soros.

Em uma investigação recente, o jornal americano New York Post revelou que o bilionário filantropo, conhecido por financiar grupos de extrema esquerda em todo o mundo, canalizou recursos de maneira indireta para sustentar os ativistas anti-Israel nos Estados Unidos. Segundo o jornal, todas as ações desses grupos foram coordenadas por filiais do Students for Justice in Palestine (SJP), que recebem apoio financeiro de Soros. Em algumas dessas instituições, os estudantes acabaram se envolvendo em confrontos violentos com a polícia.

Em três universidades, os protestos estão sendo incentivados por ativistas remunerados associados a um grupo financiado por Soros chamado Campanha dos EUA pelos Direitos Palestinos (USCPR, na sigla em inglês).

O grupo anti-Israel teria recebido pelo menos US$ 300.000 da Open Society Foundations, rede “filantrópica” de Soros, desde 2017 e US$ 355.000 do Rockefeller Brothers Fund desde 2019.

O dinheiro de Soros foi direcionado aos estudantes por meio de uma complexa rede de organizações sem fins lucrativos, que ajudam a ocultar suas doações.

O magnata transferiu bilhões de dólares para a Open Society Foundations, da qual seu filho Alexander – cujo parceiro é Huma Abedin, uma importante assessora de Hillary Clinton – agora tem controle. Posteriormente, a Open Society Foundations destinou mais de 20 milhões de dólares à Fundação Tides, uma organização esquerdista sem fins lucrativos que atua como intermediária financeira e distribui os fundos para grupos de militância menores.

 

Ódio travestido de amor

A palavra que melhor descreve a onda woke é, sem dúvida, o ódio. Aqueles que se dedicam a militar por suas causas estão sempre prontos para cancelar seus oponentes, promovendo o silenciamento dos conservadores e restringindo a liberdade de discordar. Os censores politicamente corretos se proclamam defensores da tolerância, mas revelam-se intolerantes. Enquanto afirmam promover a diversidade, na verdade buscam homogeneizar a sociedade. Apesar de apregoarem o pluralismo, impõem um pensamento único.

 

“No meio desta loucura medonha, há piadas que já não se podem contar. Há roupas que já não se podem vestir. Há livros que já não se podem ler. Há palavras que já não se podem usar.” (José de Carvalho)


Se no Oriente Médio vemos o ódio inflamado pela religião, no Ocidente surgiu um vasto movimento de aversão à realidade, à humanidade, à instituição familiar e ao cristianismo. Os intolerantes dominaram o mundo.

Fernanda Salles é repórter e redatora do jornal The Epoch Times. Iniciou sua carreira em 2012 no jornalismo esportivo em Minas Gerais e, a partir de 2013, ingressou no Terça Livre, onde atuou como repórter investigativa.

(Texto originalmente publicado no site Clube Conservador)

 


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