POLÍTICA

"O juiz, de alguma forma, foi induzido ao erro", diz Marinho sobre decisão que pretende cassar seu mandato

Yasmin Alencar · 2 de Junho de 2023 às 11:58 ·

Ao ser questionado sobre a possibilidade de uma ação orquestrada pelo judiciário contra os parlamentares de oposição, o senador ponderou sua fala e disse acreditar que o processo terá "insenção"

(BRASÍLIA) - O senador Rogério Marinho (PL-RN) afirmou que o juíz Bruno Montenegro Ribeiro Dantas, da 6ª Vara da Fazenda Pública de Natal, Rio Grande do Norte, que condenou-o à perda de mandato ao julgar uma ação de improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público contra o parlamentar em 2014 foi "de alguma forma induzido ao erro". 

"Mesmo que o dolo fosse caracterizado, o que nós não concordamos, o máximo que poderia acontecer era uma pena indenizatória. Achamos que o juiz, de alguma forma, foi induzido ao erro", declarou.

A fala de Marinho ocorreu nesta sexta-feira (2).

Ao ser questionado sobre a possibilidade de uma ação orquestrada pelo judiciário contra os parlamentares de oposição, o senador ponderou sua fala e disse acreditar que o processo terá "insenção". 

Além de cassar o mandato do senador, a sentença do juiz Bruno Ribeiro suspende os direitos políticos de Marinho por oito anos e determina o pagamento de multa civil. Além disso, proíbe o parlamentar de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios pelo prazo de oito anos.

“Em linhas gerais, restaram amplamente demonstradas a atuação fraudulenta, dolosa e deliberada, na formatação do famigerado esquema ilícito consistente na inclusão na folha de pagamentos da Câmara Municipal de Natal, de pessoas que não exerciam, efetivamente, qualquer atividade pública, concorrendo, assim, para que terceiros ou eles próprios enriquecessem ilicitamente às custas do erário”, diz um trecho da decisão.

A médica em questão é Angélica Gomes Maia. Ao conversar com a revista Veja, em 2020, a médica confirmou ter dado expediente em uma clínica particular que funcionava em um imóvel do então vereador. Angélica disse desconhecer a origem do dinheiro usado para pagar seu salário.

“Eu não era servidora da Câmara e não sabia que Rogério Marinho pagava o meu salário com dinheiro público”, disse a médica.

 


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