INTERNACIONAL

Candidata de família judia é presa em protesto 'pró-Palestina' na Universidade de Washington

Luís Batistela · 29 de Abril de 2024 às 10:05 ·

Stein também foi presa em 2012 após tentar invadir um debate entre presidenciáveis. 

A candidata do Partido Verde às eleições presidenciais dos Estados Unidos, Jill Stein, de ascendência judaica, foi presa neste sábado (27) durante um protesto pró-Palestina (isto é, pró-Hamas) na Universidade de Washington, em St. Louis, no estado do Missouri. De acordo com a instituição, mais de 80 militantes foram detidos e o campus da universidade foi fechado à noite. Os manifestantes protestavam contra as operações de Israel frente ao grupo terrorista Hamas, argumentando que o estado judeu estava promovendo um genocídio contra os “palestinos”.

"A candidata presidencial do Partido Verde, dra. Jill Stein, o gerente de campanha Jason Call e a vice-gerente de campanha Kelly Merrill-Cayer foram presos junto com aproximadamente 100 outras pessoas – a maioria estudantes da Universidade de Washington – em um acampamento montado no sábado nas dependências da universidade.

A exigência do acampamento era especificamente para que a universidade corte laços com a Boeing, que fabrica munições utilizadas no genocídio em curso contra o povo palestino em Gaza, nas suas instalações próximas de St. Charles. A campanha de Stein apoia as demandas dos estudantes e seus protestos e reuniões pacíficas no campus. O protesto estudantil pela paz e pelas liberdades civis sempre representou a melhor parte da nossa consciência moral coletiva. Solidariedade", postou a candidata em suas redes sociais.

Após permanecerem cerca de 5 horas na prisão do condado de St. Louis, Stein, Call e Merrill-Cayer foram liberados neste domingo (28) por volta das 2h da manhã. Em outra publicação, a militante argumenta que “como judia que cresceu logo após o Holocausto, com parentes que fugiram dos pogroms (ataques da população não-judia contra os judeus na área do Império Russo) e um avô chamado Israel, eu levo o “nunca mais” a sério. E isso significa nunca mais para ninguém. Nunca mais é agora. Devemos pôr fim imediato a este genocídio".

Graduada na Escola de Medicina da Universidade de Havard, Jill Stein foi pré-candidata pelo Partido Verde, uma sigla nanica, nas eleições presidenciais de 2012 e 2016. Na última ocasião, angariou pouco mais de 1,4 milhão de votos, cerca de 1% do total.  Foi presa em 2012 após tentar invadir um debate entre presidenciáveis – Stein protestava contra a exclusão do PV e outros partidos nanicos. Em 2016, ela uniu-se a comunidades indígenas que se opunham à construção de um oleoduto em suas terras e enfrentou ação judicial depois de pichar uma mensagem de protesto em um trator.

 


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