GOVERNO PETISTA

Lula chama de volta embaixador do Brasil em Israel

João Pedro Magalhães · 19 de Fevereiro de 2024 às 15:38 ·

Ao convocar o embaixador Frederico Meyer de volta ao Brasil, Lula adiciona mais tensão à situação e deixa claro que não pretende recuar de suas declarações nem pedir desculpas a Israel, como exigido pelo governo de Benjamin Netanyahu

O presidente Lula (PT) convocou de volta ao Brasil o embaixador Frederico Meyer, que está em Tel Aviv, para que o auxilie em "consultas", resultando na liderança temporária da embaixada por um encarregado de negócios.

Essa medida é frequentemente adotada quando um país deseja expressar sua desaprovação em relação às ações de outra nação, embora não represente um rompimento diplomático completo.

O Ministério das Relações Internacionais divulgou uma nota nesta tarde afirmando que Meyer embarca para o Brasil na terça-feira (20). "Diante da gravidade das declarações desta manhã do governo de Israel, o Ministro Mauro Vieira, que está no Rio de Janeiro para a reunião do G20, convocou o embaixador israelense Daniel Zonshine para que compareça hoje ao Palácio Itamaraty, no Rio. E chamou para consultas o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, que embarca para o Brasil amanhã", diz o documento.

No presente caso, esta ação é uma resposta à convocação do diplomata pelo governo de Israel para uma reprimenda ao Brasil, após o presidente petista comparar os eventos na Faixa de Gaza ao Holocausto.

No domingo (18), Lula declarou que as operações militares de Israel na Faixa de Gaza equivalem a um genocídio, fazendo uma analogia com o extermínio dos judeus por Adolf Hitler.

"O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não tem paralelo em nenhum outro momento histórico. Aliás, isso aconteceu quando Hitler decidiu matar os judeus", afirmou o comunista.

As declarações de Lula desencadearam uma crise diplomática com o governo israelense. Nesta segunda-feira (19), o Ministério das Relações Exteriores do governo de Benjamin Netanyahu declarou o líder brasileiro como "persona non grata".

O primeiro-ministro já havia alertado que Lula "ultrapassara uma linha vermelha" com seus comentários.


Saiba mais em:


Além disso, o Ministério das Relações Exteriores fez uma repreensão ao embaixador Frederico Meyer no Memorial do Holocausto, o Yad Vashem. A convocação de Frederico para visitar o Memorial do Holocausto foi uma mensagem clara ao governo petista.

Esse gesto, contudo, foi caracterizado pelo diplomata brasileiro como um "show", pois geralmente advertências a embaixadores são feitas nas sedes das chancelarias.

Agora, ao convocar Frederico de volta ao Brasil, Lula adiciona mais tensão à situação e dexia claro que Lula não pretende recuar de suas declarações nem pedir desculpas a Israel, como exigido pelo governo de Binyamin Netanyahu.

 


"Por apenas R$ 12/mês você acessa o conteúdo exclusivo do Brasil Sem Medo e financia o jornalismo sério, independente e alinhado com os seus valores. Torne-se membro assinante agora mesmo!"



ARTIGOS RELACIONADOS