BIG TECH

Funcionários do Google ocuparam prédios da empresa em “protesto” contra Israel foram demitidos e presos

Brás Oscar · 18 de Abril de 2024 às 16:38 ·

Empresa enfrenta há anos uma tensão entre uma gestão mais pragmática grupos de empregados que atuam como ativistas a partir de seus cargos

Na terça-feira (16) um grupo de funcionários do Google nos EUA promoveram uma invasão às dependências da própria empresa nos estados Nova York e Califórnia e no distrito de Washington. O ato foi descrito como um “protesto” contra Israel. O total de participantes ainda não foi divulgado, entretanto 28 pessoas já foram identificadas e demitidas.

Boa parte do “protesto” consistiu na invasão de várias salas importantes das instalações, com os ex-funcionários portando cartazes permanecendo sentados em cadeiras e no chão recusando-se a sair, sob a exigência de que o Google rompesse seus laços comerciais com Israel.

Um dos alvos principais foi a sala do CEO do Google Cloud, Thomas Kurian, na Califórnia, onde colocaram um cartaz que dizia “Abandone o Nimbus”.

Nimbus é um projeto criado em parceria pelo Google e Amazon que fornece ao governo de Israel serviços de computação em nuvem e inteligência artificial. O valor do contrato do governo de Netanyahu com as gigantes da informática é de US$ 1,2 bilhão.

O New York Times informou que a demissão dos funcionários é parte de uma tensão que já dura alguns anos. De uma lado estaria uma gestão do Google mais pragmática e, do outro, grupos de empregados que atuam como ativistas a partir de seus cargos.

A empresa já havia lidado com outro incidente do tipo, em que demitiu um funcionário que interrompeu com protestos anti-semitas uma conferência em Nova York que apresentava tecnologia israelense.

O grupo que organizou as ocupações da empresa se chama No Tech For Apartheid (Sem Tecnologia para o Apartheid) referenciando a questão da Faixa de Gaza e dos territórios árabes na Palestina com o apartheid sul-africano, esquecendo-se, cinicamente, de que a separação que ocorre entre israelenses e palestinos tem origem na não-aceitação dos próprios palestinos em dividirem o território e criarem seu próprio estado.

Durante o comunicado sobre a demissão, a porta-voz do Google, Bailey Tomson, afirmou que impedir fisicamente o trabalho de outros funcionários e o acesso às instalações é uma clara violação das políticas da empresa, entretanto, os invasores reclamaram do tratamento que receberam, pois alegavam estar protestando “pacificamente”.

Infelizmente, para os “manifestantes”, além do Google, a polícia também não concordou que invadir propriedade privada seja algo tão pacífico assim e, ao ser acionada pela empresa, levou para a cadeia nove dos ex-funcionários que se recusaram a sair voluntariamente, que agora responderão criminalmente.

O grupos de funcionários rebeldes No Tech For Apartheid afirma que continuará protestando até o Google interromper todos os seus contratos com Israel.

 


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