CPMI

Deputados do PSOL querem convocar ex-assessores de Bolsonaro para CPMI do 8 de janeiro

Rhuan C. Soletti · 2 de Junho de 2023 às 17:36 ·

Além dos ex-assessores, os deputados psolistas, Pastor Henrique Vieira e Erika Hilton, exigem a presença de empresários, militares, ex-parlamentares e até de um humorista

Integrantes da CPMI dos atos do 8 de janeiro, os deputados Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) e Erika Hilton (Psol-SP) entregaram requerimento para convocar ex-integrantes da assessoria do ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), para prestar depoimento. Os citados pelos parlamentares são os mesmos perseguidos pela esquerda e pelo judiciário desde que se criou a narrativa do chamado "gabinete do ódio".

Instalada em 25 de maio, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro já conta com 751 requerimentos. A maior parte dos pedidos é de convocações de personagens importantes para entender os atos de vandalismo cometidos em Brasília no início do ano.

Por meio dessas oitivas, os parlamentares acreditam que será possível identificar os "autores intelectuais" das manifestações que culminaram na depredação da sede dos Três Poderes, bem como os responsáveis por eventos anteriores que culminaram nos ataques.

No entanto, os requerimentos de convocação ainda precisam ser apreciados e votados pelos demais membros da Comissão.

Além dos ex-assessores, os deputados psolistas exigem a presença de empresários, militares, ex-parlamentares e até de um humorista.

  • Guilherme Julian Victor Freire (ex-assessor);
  • Tércio Arnaud Tomaz (ex-assessor);
  • Heitor Freire (ex-deputado federal);
  • Winston Rodrigues Lima (militar reformado da Marinha);
  • Filipe Garcia Martins Pereira (ex-assessor especial da Presidência para assuntos internacionais);
  • Reynaldo Bianchi Junior (humorista);
  • Edgard Gomes Corona (empresário);
  • Mateus Matos Diniz (ex-assessor);
  • Denisse Dias Rosas Ribeiro (delegada da Polícia Federal);
  • Luciano Hang (empresário);
  • José Matheus Sales Gomes (ex-assessor);
  • Carlos Nantes Bolsonaro (vereador, filho do ex-presidente);
  • Joice Hasselmann (ex-deputada federal);
  • Alexandre Frota (ex-deputado federal).

A intenção dos deputados é investigar a suposta participação do chamado "gabinete do ódio" na incitação e organização dos atos que ocorreram em 8 de janeiro.

"Gabinete do ódio"

Em 2019, durante a polêmica CPMI das Fake News, como ficou conhecida a Comissão que teve como objetivo investigar supostos "ataques cibernéticos contra a democracia e o debate público", popularizou-se a narrativa encampada por jornais sobre o chamado "gabinete do ódio". 

Segundo a imprensa militante, tratava-se da organização de um grupo de assessores ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro e liderado pelo vereador Carlos Bolsonaro, cujo objetivo seria disseminar "fake news" que atentavam "contra a Democracia e o Estado de Direito".

Além disso, empresários apoiadores do ex-presidente foram apontados como supostos financiadores da "estrutura", que nunca teve sua existência comprovada. Mesmo sem provas conclusivas, a Polícia Federal (PF) chegou a classificar o grupo de "organização criminosa". 

Citados nos requerimentos dos deputados do Psol, os ex-deputados Alexandre Frota e Joice Hasselmann ajudaram a reforçar a narrativa quando prestaram depoimento à Comissão.

Uma das consequências da CPMI foi a abertura do polêmico Inquérito das Fake News, que tramita do STF desde 2019. 

Inquéritos

Em agosto de 2021, Bolsonaro foi incluído no " Inquérito das Fake News" (4871), que está ligado ao igualmente polêmico inquérito das "milícias digitais" (4874), com este sendo um tipo de desmembramento do anterior. A investigação trata de supostos crimes e ameaças contra os ministros do STF e de notícias falsas. Os inquéritos tramitam no STF em segredo de Justiça, apesar de terem algumas decisões vazadas eventualmente.

A inclusão de Bolsonaro na investigação aconteceu a pedido do TSE, que enviou uma notícia-crime ao STF após uma transmissão ao vivo em que Bolsonaro tornou público um inquérito do próprio TSE em que se confirma a vulnerabilidade das urnas eletrônicas.

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