ESTADOS UNIDOS

Trump e Nossa Senhora de Fátima: um milagre na Pensilvânia

Paulo Briguet · 17 de Julho de 2024 às 15:56 ·

Tentativa de assassinato do ex-presidente ocorreu em 13 de julho, dia em que a Virgem mostrou o inferno e alertou sobre os erros da Rússia

“Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio.”
(Efésios 6, 11)

O mundo inteiro assistiu, no último sábado, dia 13 de julho, às 6h11 PM, à tentativa de assassinato do ex-presidente americano Donald Trump. Todos viram a bala que por uma questão de milímetros e milissegundos não atingiu o cérebro de Trump, tal como tragicamente acontecera com o presidente John Kennedy em 1963. Todos viram o gesto do candidato republicano e suas palavras dirigidas ao povo: “Fight! Fight!” (Lutem! Lutem!) Naquela tarde ensolarada em Butler, na Pensilvânia, os Estados Unidos e o mundo estiveram à beira do caos — e isso todos perceberam também.

O que nem todos notaram foi a dimensão simbólica e espiritual do dia em que Trump foi alvejado. O 13 de julho tem um significado forte para os católicos, especialmente para os devotos de Nossa Senhora de Fátima, como é o caso deste cronista de sete leitores. Foi exatamente nesse dia, há 107 anos, que a Virgem Maria apareceu a três crianças portuguesas no local conhecido como Cova da Iria, nos arredores de uma aldeia chamada Fátima. Era a terceira aparição de Nossa Senhora aos pastorinhos Lúcia, Francisco e Jacinta, e uma das mais importantes de todos os tempos. Pois foi nesse dia — 13 de julho — que a Mãe de Deus mostrou às crianças uma visão do inferno, assim descrito por Lúcia:

“O reflexo pareceu penetrar a terra e vimos como que um mar de fogo. Mergulhados em esse fogo, os demônios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras ou bronzeadas, com forma humana, que flutuavam no incêndio, levadas pelas chamas que delas mesmas saíam juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados, semelhante ao cair das faúlhas em os grandes incêndios, sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor. Os demônios distinguiam-se por formas horríveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes como negros carvões em brasa”.

Logo em seguida, Nossa Senhora explicou às crianças que aquele era o inferno, “para onde vão as almas dos pobres pecadores”. Em seguida, a Virgem previu o fim da Primeira Grande Guerra e o início da Segunda. Logo em seguida, Nossa Senhora pediu “a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração e a Comunhão reparadora nos primeiros sábados” e completou:

“Se atenderem a Meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas”.

Diante daquelas três crianças, a Virgem profetizou o surgimento da escalada revolucionária que, quatro meses mais tarde, eclodiria na Rússia e se espalharia pelo mundo, com consequências nefastas até hoje.
 



Em 13 de maio de 1981, no mesmo dia e no mesmo horário da primeira aparição de Fátima aos pastorinhos em 1917, o papa João Paulo II, inimigo declarado do movimento revolucionário russo, foi alvo de um atentado a tiros na Praça de São Pedro. Quatro balas atingiram o papa polonês: a primeira penetrou-lhe o abdômen e atravessou seu intestino delgado e grosso, afetando também a veia mesentérica, o que resultou em grande perda de sangue; a segunda feriu seu dedo indicador esquerdo; a terceira atingiu seu braço direito, causando danos musculares e à pele; e a quarta passou de raspão por seu cotovelo direito, resultando em uma lesão menor.

A primeira bala passou muito perto da aorta abdominal e do coração; por questão de centímetros, o resultado poderia ter sido fatal quase instantaneamente devido à hemorragia interna maciça ou dano direto ao coração. O papa atribui sua sobrevivência a um milagre de Nossa Senhora:

— O atirador disparou a arma, mas Maria guiou a bala.

Um ano depois do atentado, João Paulo II viajou a Portugal e depositou a bala que o atingiu aos pés da imagem de Nossa Senhora de Fátima. Essa bala foi encravada na coroa da Virgem, na qual havia um espaço aparentemente destinado para recebê-la.

Em 20 de janeiro de 2017, no ano de centenário das aparições de Fátima, Donald Trump tomou posse para seu primeiro mandato presidencial. Nesse dia, o padre maronita Andrew Mahana exorcizou a Casa Branca e presenteou Trump com uma imagem de Nossa Senhora de Fátima e um Rosário. Pessoas que trabalharam com Trump na Casa Branca dizem que ele costumava se referir à ala oeste do prédio como “Capela da Ala Oeste”, em razão da presença da imagem mariana e outras peças religiosas.

Além de ser o dia da terceira aparição de Fátima, 13 de julho também foi a Festa de Nossa Senhora Rosa Mística, um dos títulos da Virgem. A 1,6 km do local do atentado contra Trump, há uma gruta dedicada a Nossa Senhora de Fátima. E, no dia 15, foi confirmada a indicação de J. D. Vance, um católico convertido, como candidato a vice na chapa de Trump.

Se eu fosse o Homem Laranja, imitaria João Paulo II, e depositaria a bala que quase o matou aos pés da imagem de Nossa Senhora de Fátima.   

É claro que houve um milagre.

 


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