Treze Tílias: Viagem ao Brasil conservador

“Como é bom, durante a primavera
Lançar mão do bastão de caminhada,
E, com flores o chapéu a ornamentar,
Pelo Jardim de Deus poder vaguear...”
(Dreizehnlinden, de Friedrich Weber)

Neste final de semana, estive em Treze Tílias, encantadora cidade do Meio-Oeste de Santa Catarina, acompanhado de meus amigos e companheiros de BSM Bernardo Küster, Brás Oscar e Luís Batistela. Estivemos lá a convite do Instituto Cruzeiro do Sul, entidade voltada para promoção de atividades culturais e educativas no âmbito do conservadorismo cristão.

O nome Cruzeiro do Sul já evidencia o comprometimento com os valores mais altos e simboliza o amor pela cultura e a nação brasileira. Por isso, iniciei minha palestra — sobre a relação entre literatura e realidade — destacando o fato de que Treze Tílias tem esse nome em homenagem ao poema épico de Friedrich Weber (1813-1894). Mais uma vez, confirma-se a velha máxima: — Nada existe na realidade sem estar primeiro na literatura.

No hotel em que realizou o evento deste sábado, conhecemos as belas esculturas de Conrado Moser, um descendente de austríacos que se especializou na arte sacra. Logo ao chegar, contemplamos as imagens de Nosso Senhor Jesus Cristo, Nossa Senhora e Santa Catarina de Alexandria, esta padroeira dos filósofos e, claro, do povo catarinense. Também visitamos o Ateliê de Gotfredo Thaler (1940-2012), outro escultor de notável talento, neto do fundador de Treze Tílias, Andreas Thaler. As filhas de Gotfredo, Ingrid e Ellen, herdaram o talento do pai e mantêm viva a tradição das esculturas em madeira de cedro.

O Instituto Cruzeiro do Sul já estendeu suas atividades pela região, criando núcleos de estudos e formação em Treze Tílias, Joaçaba, Concórdia, Videira e outras cidades. Seus integrantes sabem que nenhuma organização política terá poder efetivo sem a necessária criação de uma base cultural e espiritual sólida. As palestras do BSM neste fim de semana vieram ao encontro desse propósito.

Nossa visita a Treze Tílias serviu para mostrar mais uma vez que as verdadeiras ações políticas — aquelas que permanecem — surgem por iniciativa das pessoas comuns, no seio das próprias comunidades. Por esse motivo, a esperança do movimento conservador está sobretudo no interior do país, no coração do Brasil profundo, em que as pessoas têm amor às tradições e aos valores que passaram no teste do tempo e apontam para a posse simultânea de todos os instantes, também conhecida como eternidade.

As três cabeças do cão Cérbero dos poderes mundiais — a globalista, a russo-chinesa e a islâmica — só têm um adversário capaz de vencê-las: Nosso Senhor Jesus Cristo. Não foi por acaso que a primeira imagem que vimos ao chegar em Treze Tílias foi a do Crucificado.

— Paulo Briguet é escritor e editor-chefe do BSM.

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