IMPRENSA INTERNACIONAL

The Wall Street Journal aborda prisão de Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro

Luís Batistela · 1 de Julho de 2024 às 11:10 ·

"Ninguém no CBP consegue explicar como, por que ou quando foi criada a falsa I-94, que fornece convenientemente a narrativa necessária para a prisão", argumentou O’Grady. 

O jornal americano The Wall Street Journal abordou neste domingo (30) o caso envolvendo o ex-assessor de Jair Bolsonaro, Filipe Martins, preso há quase cinco meses por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O texto, assinado pela colunista Maria Anastasia O’Grady, explica o erro cometido pela Alfândega e Segurança de Fronteiras (US Customs and Border Protection), órgão do Departamento de Segurança interna dos Estados Unidos, usado pelo magistrado como base para decretar a prisão de Martins.

A prisão Filipe Martins foi decretada porque Moraes suspeita que ele tenha viajado em uma comitiva do então presidente Jair Bolsonaro em 30 de dezembro de 2022. A viagem não seria crime – afinal, Filipe era um cidadão livre e não estava sob investigação –, mas a defesa do ex-assessor já enviou diversas provas de que Filipe estava no Brasil no final de 2022 e no início de 2023, e desde então morava em Ponta Grossa (PR), cidade da família de sua esposa, até ser preso.

O’Grady questiona o formulário I-94, um documento com validade jurídica para atestar a entrada de pessoas em território norte-americano. Admitindo seu erro, a CBP, posteriormente, removeu a falsa entrada de Martins nos EUA. “O que diabos está acontecendo no CBP em Orlando? O mau uso do registro de viagem está sendo usado para violar as liberdades civis do sr. Martins no Brasil. Ninguém no CBP consegue explicar como, por que ou quando foi criada a falsa I-94, que fornece convenientemente a narrativa necessária para a prisão”, destacou.

“A partir de segunda-feira, o sr. Martins terá sido preso injustamente por 144 dias com base em falsas alegações no site do CBP. Seria bom saber como isso aconteceu e por que a agência está tão relutante em consertar as coisas”, concluiu.

O novo documento apresentado pela defesa de Filipe mostra que a última e mais recente viagem do ex-assessor para os Estados Unidos foi feita em 18 de setembro de 2022, quando Filipe estava acompanhando o ex-presidente Jair Bolsonaro na condição de assessor internacional.

Há poucas semanas, a defesa de Filipe reuniu comprovantes de Uber que demonstram a sua presença em Brasília no dia 30 de dezembro de 2022. Enquanto o avião presidencial voava para Orlando, Filipe comia um hambúrguer na capital federal. No dia seguinte, como já ficou comprovado pela companhia aérea Latam, ele viajava para Curitiba com a esposa. Todos os documentos que atestam a sua presença em Ponta Grossa – recibos de I-food, extratos bancários, faturas de celular – também foram apresentados a Alexandre de Moraes. Mas Filipe continua preso.

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