DIÁRIO DE UM CRONISTA

Por que a esquerda odeia o Som da Liberdade?

Paulo Briguet · 28 de Setembro de 2023 às 17:07 ·

Uma análise sobre a reação da mídia contra o filme que denuncia a escravidão sexual de crianças
 

Depois de assistir pela segunda vez a “Som da Liberdade”, resolvi dar uma olhada no que a mídia andou falando sobre o filme. Veja só as manchetes que encontrei, numa rápida pesquisa:


“Filme de super-heróis para pais com vermes cerebrais” – Rolling Stone

“Teoria da conspiração da extrema-direita” – CNN Internacional

“Como a extrema-direita criou uma cultura pop para chamar de sua” – Veja

“A quem interessa que você veja Som da Liberdade de graça” – Folha de S. Paulo

“Som da Liberdade apela para a emoção em ficção disfarçada de história real” – Cinebuzz

“Som da Liberdade é medíocre e transforma drama infantil em delírio cristão” – Revista Forum

“Som da Liberdade: a mobilização de evangélicos e bolsonaristas para filme ser líder de bilheteria no Brasil” – BBC News Brasil

“Som da Liberdade é um sonho delirante do QAnon” – The Nation

“Sound of Freedom: o filme abraçado pelo extremismo nos EUA” – Nexo

“Som da Liberdade atrai caravanas religiosas e até de PMs a cinemas” – Estadão


Diante de tal desfile de adjetivos e clichês furiosos, é inevitável perguntar: – Por que a esquerda e a mídia – perdoem-me a redundância – odeiam tanto assim o filme estrelado por Jim Caviezel? Ora, comecemos por aí mesmo: desde que Caviezel aceitou fazer o papel do Filho de Deus no antológico “Paixão de Cristo”, de Mel Gibson, ele se tornou persona non grata em Hollywood e, por conseguinte, em todos os círculos lacradores do planeta. Na visão da esquerda midiática e da mídia esquerdista, se Caviezel topou estrelar e produzir um filme, boa coisa não pode ser.

Mas há, digamos assim, camadas mais profundas nesse ódio esquerdista. Como se sabe, o filme trata da gravíssima questão do tráfico de crianças para exploração sexual. É difícil conceber algo mais repugnante, certo? Não para a cabeça de um militante esquerdista. Para aquele que acredita possuir uma fórmula para a criação de um mundo melhor, justo e livre de injustiças, o pior crime não é molestar uma criança, nem escravizá-la para prostituição, nem mesmo matá-la no ventre materno. O pior crime, o mais abominável de todos, aquele que não pode ser tolerado sob nenhum pretexto, é colocar algum obstáculo na Marcha da Humanidade para o Progresso. O pior crime é ser um conservador, um contrarrevolucionário, um retrógrado, um cristão. E é precisamente esse o crime cometido por todos as pessoas envolvidas no sucesso de “Som da Liberdade”, inclusive os espectadores que vêm lotando as salas de cinema no Brasil, nos Estados Unidos e em outros lugares do mundo.

Por que a esquerda tenta relativizar questões como o aborto e a pedofilia? A razão, a meu ver, está no cerne da mentalidade revolucionária (muitas vezes disfarçada de “progressista”). Quem normaliza o assassinato de bebês no ventre materno ou a relação sexual entre adultos e crianças, passa automaticamente a aceitar qualquer coisa. E quando digo qualquer coisa, estou pensando em tudo aquilo que os regimes totalitários fazem para implantar seus projetos de poder: assassinatos em massa, genocídio por fome, trabalho escravo, campos de concentração, roubo e pilhagem, degeneração dos costumes, destruição da família, tortura como método universal de investigação, guerra biológica, lavagem cerebral, estado policial, censura prévia, fim da propriedade privada, abolição do direito de defesa e julgamentos por tribunais de exceção. Quem permite a morte de um bebê por injeção de cloreto de potássio ou considera “delirante” a afirmação de que existem 6 milhões de crianças escravizadas sexualmente no planeta, obedecerá – e pior do que isso: louvará – com naturalidade toda e qualquer ordem de um ditador coletivista.

A cena mais importante de “Som da Liberdade”, na minha opinião, é a do testemunho do personagem Vampiro. Ex-tesoureiro de um cartel do tráfico na Colômbia, ele relata ao protagonista Tim Ballard um episódio que viveu após ter saído de um longo período na prisão. Ao procurar uma garota de programa, Vampiro descobre que ela não tinha 20 anos, como ele havia imaginado, mas apenas 14 – e se prostituía desde os 6. Nesse momento, ele contempla um abismo de tristeza nos olhos da menina e conclui que ele próprio era a escuridão. A partir dessa experiência, Vampiro decide se dedicar ao resgate de crianças escravizadas. A cena retrata aquilo que teologicamente podemos chamar de arrependimento perfeito – um instante em que o perdão de Deus se manifesta na vida do homem. Esse perdão é inaceitável dentro da mentalidade esquerdista – e por isso que a mídia e a esquerda odeiam tanto o Som da Liberdade. Eles não podem perdoar o retrato da escuridão em suas almas.

Quem pensa em política antes de pensar na vida dessas crianças escravizadas está morto na alma e não sabe.

Paulo Briguet é escritor e editor-chefe do BSM.

 


"Por apenas R$ 12/mês você acessa o conteúdo exclusivo do Brasil Sem Medo e financia o jornalismo sério, independente e alinhado com os seus valores. Torne-se membro assinante agora mesmo!"



ARTIGOS RELACIONADOS