Policial federal ferida por tiros processa Roberto Jefferson e pede R$ 1 mi de indenização
A policial sustenta a necessidade de receber uma reparação diante da exposição de seu nome e imagem nos meios de comunicação, fatores que, segundo ela, desencadearam "ataques difamatórios e a deturpação de sua reputação"
O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) foi processado com a multa de R$ 1 milhão por uma das vítimas, policial, da troca de tiros que aconteceu no ano de 2022.
No processo apresentado na sexta-feira (25) à Justiça do Rio de Janeiro, a policial anexou laudos médicos, exames, prontuários, imagens dos seus ferimentos, imagens dos danos causados, o carro da PF danificado pelos tiros e outras consequêcias do ataque feito por Jefferson.
O laudo médico detalhou "ferimentos na cabeça, no cotovelo direito e joelho esquerdo, assim como uma enorme e profunda lesão na região do quadril" originada dos fragmentos dos tiros e da bomba lançada pelo político. Hoje, as marcas visíveis nas áreas afetadas são, segundo a policial, cicatrizes que jamais sumirão.
Ademais, ela sustenta a necessidade de receber uma reparação diante da exposição de seu nome e imagem nos meios de comunicação, fatores que, segundo ela, desencadearam "ataques difamatórios e a deturpação de sua reputação". A agente argumenta que, desde o incidente, tem sido alvo de ataques por parte dos seguidores de Jefferson.
"Essa situação de hostilidade contínua impõe uma carga adicional de sofrimento e injustiça, dificultando seu processo de recuperação e reintegração à sociedade", diz a petição inicial da ação, que tramita na 1ª Vara da Comarca de Três Rios, Areal e Levy Gasparian.
De acordo com o relato da policial, que foi ferida, o ex-deputado e antigo líder do PTB utilizou um arsenal composto por três granadas adulteradas com pregos e cerca de 60 disparos de fuzil contra a equipe da Polícia Federal. Notavelmente, Jefferson registrou vídeos e imagens do próprio atentado que perpetrara, divulgando o conteúdo na internet.
O caso
O ex-deputado trocou tiros com agentes da Polícia Federal em outubro (23) do ano passado. Em vídeo gravado por ele e publicado na conta do Twitter de sua filha, Cristiane Brasil, Jefferson mostra imagens das câmeras de segurança da sua casa, onde é possível ver que pelo menos três policiais foram até o local, além de estilhaços de vidro próximos ao carro da corporação.
"Chegou a PF aqui pra me prender agora, as violências do Xandão. [...] Eu não vou me entregar, não vou me entregar porque acho um absurdo, chega, cansei de ser vítima de arbítrio, de abuso, infelizmente vou enfrentá-los", diz o ex-deputado federal, que está em prisão domiciliar.
"Xandão [Alexandre de Moraes] vai matar meu pai hoje. Mandou a polícia prendê-lo e ele não vai se entregar. Está trocando tiros com os soldados da MILÍCIA DO XANDÃO!!! Deus ajude a nossa família!", publicou Cristiane Brasil. A conta dela foi derrubada algumas horas após as publicações.
Em dezembro (9), a Justiça Federal aceitou denúncia do Ministério Público Federal, tornando Jefferson réu por tentativa de homicídio contra os policiais federais que foram prendê-lo, na cidade de Comendador Levy Gasparian, no Rio de Janeiro.
Ele responderá por quatro tentativas de homicídio, crime de resistência qualificada, posse ilegal de arma de fogo de uso restrito e munição de uso permitido e posse de três granadas adulteradas. O caso tramita na 1ª Vara Federal de Três Rios.
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