RIO DE JANEIRO

Polícia não descarta que assassinato de médicos possa ter sido por "engano"

João Pedro Magalhães · 5 de Outubro de 2023 às 17:49 ·

Uma linha de investigação aponta para a possibilidade de que o médico Perseu Ribeiro Almeida, uma das vítimas, tenha sido confundido com o filho de um miliciano devido à sua semelhança física com o homem 

Membros da Polícia Civil no Rio de Janeiro que estão conduzindo as investigações sobre o assassinato de três médicos, entre eles o irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP),  não descartam a possibilidade de que a motivação por trás dos assassinatos possa não ser política.

Uma avaliação preliminar das evidências sugere que os criminosos podem ter tido alvos diferentes em mente, não necessariamente os médicos que foram brutalmente assassinados. Uma linha de investigação aponta para a possibilidade de que o médico Perseu Ribeiro Almeida, uma das vítimas, tenha sido confundido com o filho de um miliciano devido à sua semelhança física com o jovem.

Perseu Ribeiro Almeida, de 33 anos, nunca havia estado no Rio de Janeiro até a fatídica madrugada em que perdeu a vida. Ele residia em Jequié, interior da Bahia, e estava na cidade para participar de um congresso. Sua irmã, Lais Ribeiro Almeida, de 29 anos, acredita firmemente que houve um erro terrível.

"Eles com certeza foram confundidos", afirmou. "Ele era um ser humano incrível, um excelente pai, filho, irmão e médico."

Leia: Irmão de Sâmia Bomfim e outros dois médicos são assassinados no Rio de Janeiro.

As autoridades policiais, porém, enfatizaram que as informações ainda são preliminares, e diversas linhas de investigação estão sendo seguidas. Contudo, motivação política ainda não está descartada e é uma das grandes possibilidades para explicação do crime.

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, está conduzindo uma investigação separada e levanta a possibilidade de que o crime possa estar relacionado à atividade parlamentar da deputada Sâmia Bonfim ou do seu marido, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). Um fato que está sendo repercutido é de que deputada Sâmia Bomfim já havia registrado um boletim de ocorrência no ano passado, relatando ameaças de morte, o que acrescenta um elemento de complexidade a atual investigação.

Ainda, os investigadores consideram um possível envolvimento da milícia no Rio de Janeiro e a hipótese de que os assassinos possam ser oriundos de outros estados, mas nenhuma das narrativas já foi confirmada.

Leia: “Crime não ficará impune”, diz governador do Rio sobre morte de médicos.

 

 


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