O vírus da gastança: Sem pandemia, Lula tem déficit quase igual ao da Covid-19
Déficit de quase um trilhão de reais equivale ao período mais crítico da pandemia, em 2021
O governo do atual ocupante da Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acumula um déficit nominal que se aproxima dos níveis registrados durante a fase mais crítica da pandemia de Covid-19, em 2021. Em março de 2023, o déficit nominal acumulado em 12 meses atingiu R$ 998,6 bilhões, um valor alarmante quando comparado ao pico de R$ 1,016 trilhão de janeiro de 2021, período de maior crise pandêmica. Esse cenário atual é agravado pelas enchentes no Rio Grande do Sul, que provocam um impacto econômico significativo e pressões adicionais nas contas públicas.
A suspensão do pagamento da dívida do Estado do Rio Grande do Sul e a liberação de créditos extraordinários já somam R$ 35 bilhões em despesas fora das regras fiscais. O Congresso aprovou a exclusão desses gastos do cálculo das principais regras fiscais, incluindo o marco fiscal sancionado em agosto de 2023. No entanto, essa medida não impede que tais gastos aumentem a dívida pública, elevando a dívida bruta do governo, que em março de 2023 correspondia a 75,7% do PIB. Analistas do mercado financeiro já revisaram a projeção da dívida para 80% do PIB, segundo o Boletim Focus do Banco Central.
A decisão recente do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa Selic em 0,25 ponto percentual adiciona mais pressão ao custo de financiamento dos juros da dívida. As projeções para os anos seguintes também são desanimadoras, com aumentos contínuos na dívida pública previstos: 76,15% do PIB em 2025, 78% do PIB em 2026 e 76% do PIB em 2027.
Esse cenário de deterioração fiscal reflete uma política econômica que tem sido amplamente criticada por especialistas. Ex-presidentes do Banco Central, como Pérsio Arida e Pedro Malan, argumentam que a gestão de gastos do governo Lula compromete o tripé macroeconômico do país. Arida afirmou que a atual política fiscal deixa o tripé “manco”, sinalizando uma preocupação com a sustentabilidade econômica a longo prazo.
A percepção econômica negativa também está crescendo entre a população brasileira. Pesquisa recente do Datafolha revela que a maioria dos brasileiros vê uma piora na economia, na inflação e no desemprego. Esse pessimismo é refletido na reprovação crescente do presidente Lula, inclusive em suas bases de apoio tradicionais, como o Nordeste. A deterioração das expectativas econômicas pessoais e gerais reforça a necessidade de uma revisão urgente das políticas fiscais.
Portanto, o déficit nominal atual não só se equipara aos níveis críticos da pandemia, mas também sinaliza uma trajetória preocupante de gastos públicos descontrolados. A expansão dos programas sociais e a suspensão de dívidas estaduais, embora justificáveis em termos humanitários e emergenciais, exacerbam a dívida pública em um momento já delicado. A falta de um plano claro e sustentável para conter a dívida e promover crescimento econômico sustentável pode levar o país a uma crise fiscal de grandes proporções, escancarando o caráter desastroso da atual política fiscal do governo Lula.
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