SHOW DO BRÁS

O alçapão no fundo do poço da indústria cinematográfica

João Pedro Magalhães · 25 de Julho de 2023 às 18:32 ·

"Ao olhar à arte, você sabe que aquilo é belo, sem que ninguém precise te explicar. Se precisam te explicar, não é arte", afirmou o apresentador; Assista ao Show do Brás 

No décimo terceiro episódio do Show do Brás, "Ninguém aguenta mais Hollywood!", o colunista e apresentador Brás Oscar fala sobre a 7ª arte e a indústria cinematógráfica. Desde a atual greve dos atores e roteiristas até as ideologias por trás das obras de cinema e, principalmente, a importância que os "militantes" dão aos valores passados por essa não-tão-importante arte, são tópicos analisados nesse episódio.

"Quando eu li a notícia da greve dos roteiristas, eu achei um tanto quanto estranho. Afinal, para fazer greve, precisa trabalhar", afirmou Brás Oscar a respeito das atuais revindicações que os profissionais de Hollywood apresentam às empresas produtoras de cinema.

Segundo o apresentador, grande parte dos problemas apresentados pelos roteiristas e atores são frutos das pautas que eles mesmos, ligados ao movimento esquerdista, ajudaram a promover. "A questão é que todas essas brigas são causadas por pautas que a própria esquerda defendeu [...] quando a gente fala de sindicato de atores é obvio que são todos muito ligados à esquerda americana e a todos os movimentos da esquerda mundial" , afirmou.

Uma dos principais impasses encontrados pelos sindicatos de Hollywood é a utiilização de ferramentes de Inteligência Artificial para substituir ou ao menos desvalorizar o trabalho dos roteiristas e atores - em especial os figurantes, que poderão ter suas imagens facilmente replicadas e alteradas pela nova teconlogia, fazendo com que a demanda por seus trabalhos diminua drasticamente.

Brás, contudo, relembra os ataques que os sindicatos e participantes do movimento esquerdista direcionavam a qualquer um que criticava o uso de inteligência artificial.

"A esquerda como, obviamente, transita por várias lados, quando era interessante chamar as pessoas que alertavam pros problemas do mundo extremamente digitalizado tornar a gente desconectado da realidade e cada vez menos humanos, os conservadores eram chamados de 'atrasados e retrógrados'. Mas, quando os convém, eles vão ali para aquela ala da esquerda 'Rage against the machine' e estão agora se levantando contra esse tipo de teconlogia que pode tirar o dinheiro do bolso dos nossos mimados atores de Hollywood.", afirmou.

Ainda, Brás relembra o termo usado pela esquerda para criticar os conservadores. "Ludistas", em referência ao movimento histórico que queria destruir todas as máquinas à época da Revolução Industrial, era a palavra que rotulava os que alertavam sobre os riscos do avanço tecnológico desenfreado.

"A inteligência artificial é algo que vem sendo criticada por conservadores, que eram chamados de 'ludistas' pela esquerda ", relembrou.

Por último, Brás concluiu o assunto com uma indagação. "Os roteiristas estão em greve há quase três meses. A pergunta que eu te faço é: você percebeu?", Brás afirma que quando há greve de pessoas que realmente trabalham, todos percebem. "A única coisa que seria mais inóqua que isso, pois além de inóqua seria benéfica, é uma greve de políticos", afirmou.

O trabalho dos roteiristas, segundo Oscar, já não vem sendo de muita qualidade há algum tempo. Como exemplo, o apresentador cita os "live-actions" de desenhos infantis que, segundo ele, sempre resultam em uma deturpação completa do sentido original da história. 

O último live-action em produção é o novo filme da "Branca de Neve". Ao analisar o texto de Paulo Briguet "Ah, Não: Nova versão de Branca de Neve tem anões substituídos por companheiros politicamente corretos"., o colunista mostra os grandes absurdos dos roteiros de cinema da atualidade.

No caso em questão, a história original da Branca de Neve é totalmente alterada em prol de uma militância ideológica rasa, fazendo com que o cinema se torne apenas uma ferramenta para divulgação de ideias revolucionárias travestidas de "arte". A branca de neve não é mais "branca como a neve", a rainha má é, evidentemente, mais bonita que a "princesa mais bonita do mundo", os anões não serão mais anões, e não haverá um príncipe encantado. "Ou seja, não é branca de neve", analisa Brás Oscar.

Brás não é jovem

Ao longo de seus comentários, Brás Oscar relembrou seus tempos de mocidade e ressaltou que não havia qualquer plataforma de streaming à época. Segundo o comentarista, a teconlogia de seu tempo eram os "vídeocassetes".

"Eu sou do tempo que a gente tinha que lembrar de rebobinar o VHS para devolver na locadora. Se você não sabe o que é isso e tem menos de 30 anos, dá um google aí e escreva 'rebobinar vídeocassete' e você vai entender como era mais trabalhoso para assistir a um filme há 20 e poucos anos atrás". Em obediência ao pedido do apresentador, segue uma pequena demonstração de como era o processo de "rebobinar" uma fita cassete, antigamente. Veja:

 

Como rebobinar uma fita cassete?

1. Desligue a fita de vídeo sobre a ver a parte de trás . Você deve estar olhando para duas portas brancas. A porta à esquerda é a bobina de alimentação , e à porta do lado direito é o rolo de recolhimento .

2. Desligue a porta do lado direito para a direita. Este retrai a fita do rolo de recolhimento e leva-lo de volta para a bobina de alimentação , que rebobina a fita manualmente .

3. Continue girando até que a fita está totalmente rebobinado. Não force a fita para ligar mais uma vez que é rebobinada , pois isso pode quebrar a fita.

Uma outra opção era fazer o processo de maneira manual, utilizando-se, geralmente, de um lápis ou caneta. Segue demonstrativo abaixo:

 

Intercept nos autorizou a assistir ao filme da Barbie!

O jornal considerado por Brás como o "covil da extrema esquerda brasileira" publicou uma matéria da "muito empoderada" Fabiana Moraes com o título de "Divirta-se com o filme da Barbie, mas não se engane: ele não tem nada de empoderador". Veja:

Sobre o assunto, Brás criticou a incessante busca dos militantes que, ao invés de realmente entenderem o que é uma arte e como bem apreciar um filme, buscam sempre encontrar os "valores" ou "lutas sociais" que são ali representadas.

"[Tem] uma síndrome que o militante chato, tanto da esquerda quanto da direita, sofre. Que é questionar os valores que um filme passa. 'O que você aprendeu com esse filme?'. Como se todo filme tivesse que te ensinar algo", criticou o apresentador. "A merda de síndrome de Dora, a Aventureira.", apelidou em comparação com o desenho infantil que busca, através de cada "aventura" da personagem principal, descobrir algo novo e muito educativo.

"Para com essa mania de achar que você tem que ir para o cinema para 'aprender algo'. Não é tele-curso 2000, não é castelo rá-tim-bum... Coisa chata do caralho.", pontuou.

"Dora, a Aventureira", em live-action.

"A função da arte não é mais ser bonita ou sequer te entreter", analisou Brás. Segundo o apresentador, todos buscam a ideologia por trás de uma obra cinematográfica, seja para atacá-la ou para abraça-la e, quando não a encontram, fazem questão de classificar o filme como insuficiente. "Eu até te autorizo a ver esse filme, mas ele não te ensina sobre o conflito de classes e sobre o feminismo", brincou Brás em relação à matéria publicada no Intercept.

"A arte consiste exatamente nisso: eu não preciso assumir as premissas ideológicas e as crenças do artista para que eu entenda que o trabalho dele é uma arte"., pontuou Brás. Segundo ele, a arte transmite o Belo, independentemente de qualquer intenção do artista por trás do processo criativo ou do contexto social da produção. Apesar de tais fatores serem importantes, eles não podem ser essencial para a apreciação da arte.

"Ao olhar [à arte], você sabe que aquilo é belo, sem que ninguém precise te explicar. Se precisam te explicar, não é arte.", concluiu.

Por último, em meio à tantas atrocidades produzidas pela indústria cinematográfica, Brás Oscar recomenda aos seus telespectadores (e muitos fãs que já conqusitou) para que assistam ao recém produzido filme "Som da Liberdade" (Sound of Freedom), estrelado por Jim Caviezel, Mira Sorvino e Bill Camp. 

Leia: Sound of Freedom: o filme que não querem deixar você ver.

Para entender mais sobre a atual crise na 7ª Arte, com muito bom humor e conhecimento do cronista e apresentador Brás Oscar, assista ao 13º episódio do "Show do Brás":

 

 


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