O aborto do Brasil
Um poema sobre assistolia fetal e ativismo judicial
Eis meu coração trespassado,
Eis os meus pés, minhas mãos,
Eis meu rosto, eis meu calvário,
Eis meu sangue na injeção.
Eis aqui meu atestado,
Eis aqui meu documento,
Eis meu registro sem nome,
Eis o meu nome de vento.
Eis minha data de adeus,
Eis minha data de morte,
Eis a agonia de Deus,
Eis minha triste sorte.
Eis aqui meu sacrifício
Para fazer o que diz
Um doutor, um psolista,
Um malfadado juiz.
Eis minha dor em silêncio,
Eis vosso ódio aos gritos,
Eis que eu volto pra Casa,
Eis que vós ficais aflitos.
Eis aqui a minha alma,
Eis o meu corpo morto,
Eis a minha eternidade,
Eis aqui o vosso aborto.
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