CENSURA

Fazendo jornalismo, BSM perde conta do Youtube; incitando assassinato, esquerdista não perde

Rhuan C. Soletti · 4 de Agosto de 2023 às 17:11 ·

Vídeos de futebol com a cabeça de Bolsonaro, lives dizendo que conservadores devem ser extindos e vídeo mostrando "patriotas" assassinados. Segundo o Youtube, isso é conteúdo "seguro"; o jornalismo do BSM, não

Mesmo mantendo vídeos que incitam o assassinato de opositores da esquerda de maneira gratuita e cínica, o Youtube mantém os canais no ar, ignorando as denúncias em massa atribuídas ao vídeo. Enquanto isso, permitem mais uma exclusão permanente do canal do Brasil Sem Medo (BSM) da plataforma, a partir de análise de “robô” com revisão humana de um programa. Sem detalhar a decisão, a empresa disse que o jornal teria incorrido em “violações graves das diretrizes da comunidade”. A exclusão acontece pela segunda vez, após ter sido derrubado na reta final do segundo turno das eleições de 2022.

Enquanto isso, o esquerdista e dublê de comediante Tiago Santineli, lançou um vídeo de teaser para anunciar o lançamento do stand-up, que já foi ao ar neste domingo (30). Junto com o rapper Djonga, ele incita a violência e ódio, provocando a morte de diversos "apoiadores" do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível pelos próximos 8 anos. Eles "matam" um sósia de Luciano Hang, empresário e ex-apoiador de Bolsonaro e dizem que "ele fará companhia para o Olavo [de Carvalho]", fundador do BSM.

A única mensagem, sem justificativas, foi o seguinte e-mail direcionado para o BSM:

"Sabemos que essa notícia pode ser frustrante, mas nosso trabalho é garantir que o YouTube seja uma plataforma segura para todos. Quando constatamos que um canal viola gravemente nossas políticas, ele é removido para proteger os outros usuários da plataforma..."

Uma plataforma segura para todos? Após abater “Hang” à ripadas, como um animal no chiqueiro, baleia mais um “apoiador do fascista” – apoiador de nada, já que Bolsonaro é inelegível; logo, a incitação de ódio é gratuita. Depois das duas primeiras vítimas, protagonista exige para seu bando que traga a “Nicole”, vulgo Nikolas Ferreira (PL), para matá-la. Então vem a cereja do bolo, completando o vídeo: “Quero mais cinco cabeças para quebrar”.

É claro: um programa jornalístico – que relata fatos – causa mais insegurança para algum sei-lá-quem. Um vídeo que incita o assassinato de indivíduos reais é seguro para audiência. São mais de 600 mil visualizações e quase 100 mil curtidas, com a seção de comentários transbordando congratulações e admiração pela “obra”.

Ao que percebemos, isso não é preocupante para o Youtube. Preocupante é ter especialistas narrando e noticiando, com uma posição declaradamente conservadora. Ao que tudo indica, o canal do BSM e do Brás Oscar, apresentador, foram derrubados graças ao episódio do Conexão KGB

Esse, contudo, não passa de um exemplo. Várias manifestações são publicadas nessas plataformas com o mesmo teor. Vale lembrar os vídeos de “futebol” com a cabeça de Trump e um com a de Bolsonaro.

Evidentemente, a censura nunca é viável. Que permaneça o vídeo amador e infeliz do bobo da corte; mas isso denuncia, invariavelmente, a intenção seletiva e política por trás da telinha: mais uma vez, a prova de perseguição política torna-se explícita.


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Os exemplos são infinitos. Para nossa infelicidade, hoje surgiu mais uma infelicidade: A Polícia Federal (PF) prendeu um simples cidadão, morador rural paraense, Arilson Strapasson, por supostas ameaças ao atual ocupante da presidência da república, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na tarde desta quinta-feira (3). No dia anterior, enquanto comprava bebidas numa loja, o fazendeiro teria dito que “iria dar um tiro” no petista. Após uma das testemunhas denunciar o fazendeiro, o que levou a abertura do inquérito.

Isso é a ameaça de um tiro, comparado à ameaça de: um crânio quebrado, um tiro, outros assassinados e outros cinco cabeças amassadas. É proporcional? Por mais que tenham sido em canais diferentes, em ambos os casos foram pessoas reais ameaçando pessoas reais. 

Você tá ligado que nosso negócio não é fazer notinha de repúdio contra vocês. Nosso negócio é descer a porrada na cabeça de patriota”, dizem no vídeo.

A notícia do banimento do BSM no YouTube nos pegou de surpresa... Mas nem tanto. Isso porque não é a primeira vez que a Big Tech faz isso: em outubro de 2022, no auge da cobertura da eleição presidencial, o canal de mais de 120 mil inscritos foi excluído por supostamente violar os "termos de uso". Naquela ocasião, a Google – gerenciadora da plataforma – não conseguiu esclarecer as infrações cometidas pelo jornal, perdeu o processo e ainda não devolveu o canal.

O jornal Brasil Sem Medo tomará outra atitude judicial para limitar os avanços da censura em prol da liberdade de expressão e imprensa de nosso veículo informativo. O jurídico está providenciando uma nova ação, sob outro objeto, para o restabelecimento do novo canal.

Será requerida uma liminar, inclusive, com a fixação de multa diária para cumprimento da obrigação – a devolução do novo canal banido. A ação do Youtube demonstra, notoriamente, uma reiteração na infração já constituída pelo BSM.


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