Nível do Guaíba volta a subir e pode bater novo recorde histórico
Previsão é de que a cheia ultrapasse os 5,5 metros nos próximos dias. Rio continua subindo rapidamente
A catástrofe no Rio Grande do Sul parece longe de terminar. O nível das águas Guaíba será o maior da história caso previsão da Defesa Civil se concretize. No domingo (5), ápice das cheias no estado, a água atingiu 5,33 metros. Na cheia de 1941, a água bateu 4,75 metros. Nesta segunda-feira (13), o nível do Guaíba atingiu 5,02 metros, 45 centímetros acima do registrado no sábado (11).
A Defesa Civil projeta que o nível do rio pode ultrapassar 5,5 metros nos próximos dias, o que seria um novo recorde histórico.
Após um fim de semana de chuvas fortes, as águas dos rios Taquari e Caí voltaram a transbordar, alagando cidades já devastadas. A situação é crítica na região dos Vales, onde o risco de novas inundações severas é alto. No sul do estado, a Lagoa dos Patos também apresenta elevação constante, resultando em alagamentos em Pelotas e Rio Grande. Em Caxias do Sul, um deslizamento de terra matou uma pessoa, e em Gramado, uma rua cedeu, obrigando moradores a deixarem suas casas.
Em Porto Alegre, o lago Guaíba subiu 14 centímetros em quatro horas na manhã de segunda-feira (13), atingindo 4,91 metros às 11h15. A Agência Nacional de Águas registrou que o nível do Guaíba na capital era de 4,78 metros às 7h15, e continua subindo rapidamente, inundando bairros das regiões Norte e Central. Este mês de maio já é o mais chuvoso desde 1961, com mais de 306 milímetros de chuva, triplo do esperado para o período. A UFRGS e o Instituto de Pesquisas Hidráulicas projetam que o Guaíba pode chegar a 5,5 metros.
A prefeitura de Canoas pediu a evacuação de moradores dos bairros Niterói, Rio Branco, Fátima, Mato Grande, Harmonia, Mathias Velho e São Luis, devido ao risco iminente de novas inundações. Em Pelotas, mais de 2 mil pessoas foram retiradas de suas casas por causa do aumento do nível da Lagoa dos Patos. O Canal São Gonçalo, que deságua na lagoa, atingiu 2,88 metros, igualando o nível da histórica enchente de 1941. O governador Eduardo Leite alertou que as cidades de São Lourenço do Sul, Pelotas, São José do Norte e Rio Grande enfrentam riscos elevados de invasão das águas.
Embora a chuva comece a diminuir a partir desta terça-feira (14), o Rio Grande do Sul permanece em alerta devido à alta dos rios e aos riscos geológicos. A Climatempo indica que as regiões Metropolitana de Porto Alegre, Sul, dos Vales e Serra são as mais impactadas.
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