ESQUERDA

Líder do MST promete intensificar as invasões e reafirma aliança histórica com o PT

João Pedro Magalhães · 2 de Outubro de 2023 às 16:46 ·

João Paulo Rodrigues assegura que Lula "tem um compromisso com a reforma agrária" e indica as intenções do movimento terrorista em intensificar a invasão de propriedades rurais para suprir o prejuízo decorrentes das investigações.

Após o término e o fracasso da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, João Paulo Rodrigues, reiterou a sólida aliança histórica com o governo petista e anunciou que o grupo está preparando uma intensificação de invasões até o final deste ano.

Segundo Rodrigues, a CPI causou um grande impacto negativo nas atividades dos movimentos agrários, forçando-os a reduzir o ritmo de suas ocupações para lidar com os desdobramentos da investigação. 

O relatório apresentado pelo relator, Ricardo Salles (PL-SP), na última quinta-feira (21), propunha um "programa de invasões zero" para combater as ocupações de terra e recomendava o indiciamento de 11 indivíduos, incluindo o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, e o líder da Frente de Luta Campo e Cidade, José Rainha.

No entanto, o texto sequer chegou a ser votado e a CPI já foi encerrada sem qualquer conclusão.

"CPI é sempre ruim. Não existe CPI boa. Paralisou o governo, nos obrigou a nos mobilizarmos e suspendermos nossas atividades. Não falo de ocupações, porque isso é menor. Mas ter que ficar respondendo a uma CPI que nasceu com um relatório pronto, que não mostrou a que veio e que provocou uma confusão política no Congresso... Há quem ache que o MST saiu maior, engrandecido. Eu prefiro o MST do mesmo tamanho", declarou Rodrigues em uma entrevista concedida ao jornal Correio Braziliense.

Enquanto aliado histórico do Partido dos Trabalhadores (PT) e do ex-presidente Lula, para quem o movimento desempenhou um papel significativo em suas três vitórias presidenciais, o MST também tem sido crítico em relação ao atual governo.

Desde o início do atual mandato, o movimento se mostra insatisfeito com a atenção que vem recebendo da gestão petista. 

João Paulo Rodrigues, porém, assegura que Lula "tem um compromisso com a reforma agrária" e enfatiza que não há "retaliação, vingança ou pressão" devido à demora na implementação das políticas agrárias, quando se refere às ocupações de terras.

Ainda, ele indica as intenções do movimento terrorista em intensificar a invasão de propriedades rurais, mesmo com a lentidão do governo federal em atender suas demandas.

"As mobilizações que vierem a acontecer não serão em função desse atropelo do governo. São mobilizações da vida real, que a sociedade faz para obter suas conquistas econômicas, para melhorar a vida do povo. Mas estamos preocupados, sim, com o ritmo do governo. Estamos em outubro e não podemos terminar o ano com um saldo muito baixo para a base dos movimentos no campo", afirmou.

 


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