ARGENTINA

Javier Milei enfrenta primeira greve geral, que foi um fracasso

Rhuan C. Soletti · 26 de Janeiro de 2024 às 13:09 ·

Ainda "houve extorsões e pressões para impedir que as pessoas trabalhassem nas fábricas ou para que entrassem nos ônibus e entrassem em greve”, disse Bullrich

O presidente da Argentina, Javier Milei, enfrentou a primeira greve geral convocada pela principal união sindical do país, a Central Geral de Trabalhadores (CGT), que rejeita tanto as medidas incluídas no Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) quanto as reformas previstas na chamada Lei Ônibus. Entretanto, a primeira greve foi considerada um fracasso. As greves da CGT constumam paralizar a cidade com milhares de pessoas, mas, dessa vez, apenas 40.000 pessoas se reuniram, e a avenida 9 de Julio foi paralizada por apenas 30 minutos.

Em uma entrevista ao TN, onde estava sentada cara a cara com o secretário-geral da CGT, Héctor Daer, a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, descreveu a greve geral convocada pela central sindical como "muito fraca". Ela criticou a péssima decisão dos Moyanos:

"Achei-a muito fraca. Quarenta mil pessoas é um número baixo. Tinha gente na praça, que nem estava ocupada, e só a um quarteirão atrás", disse Bullrich.

A paralisação, organizada pela CGT, sindicato historicamente vinculado ao peronismo, acontece em um momento em que o Executivo está envolvido em negociações complicadas com possíveis aliados no Legislativo para tentar aprovar a Lei Ônibus até 15 de fevereiro, quando terminam as sessões extraordinárias convocadas pela Casa Rosada – já prorrogadas uma vez.

Historicamente, as marchas convocadas num contexto de greve geral e mobilização total da CGT costumam ter centenas de milhares de pessoas, tomando completamente o centro da cidade e bloqueando todas as vias de acesso à cidade. Desta vez, isso não aconteceu. Pelo contrário, a 9 de Julio só ficou paralizada durante cerca de 30 minutos enquanto os sindicalistas caminhavam em direção à Plaza de Mayo, e depois o trânsito nem sequer foi completamente cortado durante o protesto.

Bullrich insistiu e forneceu números duros fornecidos pela Polícia Federal:

"Havia apenas 40 mil pessoas na marcha. Se assumirmos que são todos trabalhadores, embora não o sejam porque há muitos militantes de La Cámpora e de outras organizações, mas se assumirmos que apenas 0,19% dos trabalhadores deste país pararam e foram à marcha", destacou .

"Isso significa que a maioria das pessoas decidiu trabalhar hoje. Apenas 4% das centenas de milhares de empresas da Capital Federal fecharam. 96% permaneceram abertos”, finalizou a ministra, que por sua vez comemorou o Protocolo Antipiquetes por conter a mobilização. 

Entretanto, a situação é pior ainda: ela disse que houve "muitas denúncias de assédio/extorsões", para que funcionários fossem à greve. As denúncias foram feitas à linha 134 aberta pelo governo de Milei para que trabalhadores ou beneficiários de planos sociais denunciem extorsões. "Houve extorsões e pressões para impedir que as pessoas trabalhassem nas fábricas ou para que entrassem nos ônibus e entrassem em greve”, disse.

"Só sobre a greve, recebemos cerca de 3.000 denúncias", disse Bullrich.


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