BRASIL

Há seis anos, morria a heroína Heley de Abreu, que se sacrificou para salvar seus alunos

João Pedro Magalhães · 5 de Outubro de 2023 às 14:56 ·

No en­ter­ro de He­l­ey, seu marido fez questão de demonstrar o carinho e admiração por todo o sacrifício de sua esposa. “Ela se foi por sal­var vi­da das crianças. Acho que a mis­são de­la era es­ta, sal­var vidas. Mes­mo so­fren­do, eu te­nho que aceitar. Foi por obra de Deus. E Deus é jus­to”, afir­mou Lu­iz Carlos.

Há exatos seis anos, morria a heroína Heley de Abreu Silva Batista, que sacrificou a própria vida para salvar seus alunos em uma creche na cidade de Janaúba, em Minas Gerais. Na ocasião, um vigilante noturno do Centro de Educação Municipal Gente Inocente ateou fogo no prédio e, ao se envolver em luta corporal contra o criminoso e auxiliar as crianças a escaparem do incêndio, Heley teve 90% de seu corpo queimado e veio a falecer no hospital.

A heroína tinha 43 anos, era casada há 23 anos e mãe de três meninas. Nasceu em Mon­tes Cla­ros (MG) e, ain­da na ju­ven­tu­de, mu­dou-se pa­ra Ja­naú­ba onde, com pouco mais de 20 anos, se casou com  Lu­iz Car­los Batista.

Ainda jovem, porém, perdeu seu primeiro filho, Pablo, que com apenas 5 anos, morreu afogado em uma piscina do clube que frequentavam.

A tragédia marcou profundamente o casal, mas amigos e familiares dizem que Helley continuou sendo uma pessoa extremamente gentil e sempre sorridente com os demais. Ainda, se dedicou profundamente a cuidar de sua família e das crianças da creche na qual trabalhava.

No en­ter­ro de He­l­ley, seu marido fez questão de demonstrar o carinho e admiração por todo o sacrifício de sua esposa.

 “Ela se foi por salvar a vi­da das crianças. Acho que a mis­são de­la era es­ta, sal­var vidas. Mes­mo so­fren­do, eu te­nho que aceitar. Foi por obra de Deus. E Deus é jus­to”, afir­mou Lu­iz Carlos.

O sr. Batista tam­bém contou aos jornalistas presentes no enterro que, na véspera do incêndio, Helley estava rouca e suas amigas tentaram convencê-la a não ir trabalhar no dia seguinte, mas a professora respondeu: "Eu te­nho que ir pa­ra cui­dar dos meus (as cri­an­ças). Não pos­so fal­tar”. 

Ainda, as colegas mais próximas afirmavam que nos dias anteriores ao atentado na escola, Heley andava particularmente mais alegre, pois estaria próxima a data da formatura de seu marido em Odontologia.

“Ela era uma pes­soa mui­to dedicada. Ado­ra­va o que fa­zia, nas­ceu pa­ra ser professora. Nem pa­re­cia que ti­nha en­fren­ta­do al­gum so­fri­men­to na vi­da”, afir­mou uma colega de trabalho da heroína. “A He­l­ey sem­pre an­da­va com um sor­ri­so no ros­to”, com­ple­tou. 

 


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