BRASIL

Flávio Dino diz que Élcio Queiroz confessou participação na morte de Marielle

João Pedro Magalhães · 24 de Julho de 2023 às 15:05 ·

Dino entende que, com as novas informações, a fase investigativa sobre a execução do crime chegou ao fim e que o foco está em descobrir quem foram os mandantes do assassinato

O ministro da Justiça Flávio Dino (PSB-MA) afirmou que o ex-policial militar, Élcio Queiroz firmou uma delação premiada e confessou sua participação na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ). A declaração foi dada durante entrevista concedida ao lado do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, nesta segunda-feira (24). Segundo o ministro, Élcio indicou que a execução foi feita pelo policial militar reformado Ronnie Lessa e relatou a participação do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa.

"O senhor Élcio narra a dinâmica do crime, narra a participação dele próprio e do Ronnie Lessa e aponta o Maxwell e outras pessoas como copartícipes", afirmou o ministro da Justiça.

Segundo Dino, a delação ocorreu há cerca de 20 dias e já foi homologada pela Justiça. No depoimento, Élcio teria confessado que dirigia o carro que perseguiu Marielle Franco, enquanto Roniie Lessa, que estava dentro do veículo, foi o responsável por disparar arma de fogo contra as vítimas.

O ex-policial militar Queiroz está preso preventivamente desde 2019, juntamente com Ronie Lessa, no aguardo de júri popular. Ambos são réus por homício triplamente qualificado por motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima, por receptação e tentativa de homicídio da assessora de Marielle, Fernanda Chaves.

Dino afirmou que os termos da delação estão sob sigilo, mas que o ex-PM continuará preso.

O direto-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues afirmou ainda que, conforme a delação, Maxwell Simões Corrêa atuava no “acompanhamento” e na “vigilância” da vereadora Marielle Franco e participou do planejamento e do encobertamente do crime. O ex-bombeiro foi preso pela PF na manhã desta segunda-feira (24).

Em 2021, Maxwell havia sido preso por atrapalhar as investigações sobre o crime, mas cumpria a pena em regime aberto. Também já havia sido preso em junho de 2020 por ser o dono do carro usado para esconder as armas usadas no assassinato. No entanto, segundo a delação de Queiroz, ele também participou ativamente nos assassinatos.

O ministro da Justiça entende que com as novas informações, a fase investigativa sobre a execução do crime chegou ao fim e que o foco está em descobrir quem foram os mandantes do assassinato.

 


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