ECONOMIA

Dólar dispara e atinge R$ 5,65 sob governo Lula, agravando crise econômica

Redação BSM · 1 de Julho de 2024 às 20:20 ·

Moeda americana alcança maior valor desde janeiro de 2022, refletindo incertezas fiscais e as declarações de Lula, que alimentam especulação e elevam risco econômico.

O dólar atingiu R$ 5,65 nesta segunda-feira, renovando a máxima desde janeiro de 2022. A moeda americana subiu 1,13% apenas na primeira sessão de julho, consolidando um aumento de 15% no primeiro semestre de 2024. Esse recorde reflete as preocupações dos investidores com o cenário fiscal brasileiro e as constantes críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à política monetária do Banco Central.

O aumento do dólar ocorre em meio a um ambiente de incertezas econômicas, exacerbadas pelas declarações do presidente Lula. Na última sexta-feira (28), o dólar fechou cotado a R$ 5,59, após Lula afirmar que os recentes ganhos do dólar contra o real são consequência de especulação com derivativos, e que o Banco Central deveria investigar a situação. Em entrevista ao UOL, Lula questionou a necessidade de cortes de despesas e defendeu um aumento de arrecadação, o que foi mal recebido pelo mercado, elevando ainda mais a cotação da moeda americana.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem reiterado que ajustes fiscais focados em ganho de receita são menos eficientes e resultam em menor investimento, crescimento econômico reduzido e inflação mais alta. Campos Neto também expressou preocupação com a desancoragem das expectativas de inflação em relação à meta do BC, ressaltando a necessidade de um equilíbrio fiscal.

Além do impacto das declarações de Lula, fatores externos, como os juros altos nos Estados Unidos e a proximidade das eleições norte-americanas, também pressionam a moeda brasileira. No entanto, a alta do dólar tem sido mais acentuada no Brasil, devido às incertezas sobre a condução das contas públicas e a política econômica do governo Lula.

O Ibovespa, por sua vez, fechou a primeira sessão do segundo semestre em alta de 0,65%, alcançando 124.718 pontos, impulsionado pelas ações da Vale e da Petrobras. A SLC Agrícola também se destacou com uma alta de mais de 6%, após uma análise mostrar valorização de suas terras entre 2023 e 2024. Em contraste, os setores de varejo e construção civil, mais sensíveis ao aumento dos juros, tiveram desempenho negativo.

O relatório Focus divulgado nesta segunda-feira trouxe projeções desanimadoras para a inflação, com expectativas para 2024 e 2025 acima da meta contínua de 3%. As previsões de déficit primário até 2027 agravam a percepção negativa do mercado sobre a saúde fiscal do país.

O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, Renato Gomes, afirmou que o Comitê de Política Monetária (Copom) tem um compromisso absoluto com a meta de inflação, mas alertou que a desinflação se torna mais custosa quando o quadro fiscal não contribui. Gomes enfatizou a necessidade de um equilíbrio entre câmbio flutuante, meta de inflação e meta fiscal para recuperar a credibilidade econômica do Brasil.

As constantes críticas de Lula à taxa de juros e suas declarações sobre não realizar ajustes fiscais que afetem a população aumentam a percepção de risco fiscal. Lula afirmou que manterá a política de valorização do salário mínimo e que não desvinculará o piso das aposentadorias e pensões do INSS, o que aumenta as preocupações com a sustentabilidade fiscal a longo prazo.

 


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