Dias Toffoli, o apagador da história
No dia que marca os cinco anos da facada em Jair Bolsonaro, o ex-advogado do PT e ministro do Supremo Soviete Federal comete um atentado contra a verdade histórica e joga provas do Petrolão no buraco da memória
Winston Smith, protagonista do romance 1984, de George Orwell, é um funcionário do Ministério da Verdade cujo trabalho consiste em apagar e reescrever as notícias de jornal conforme as ordens do regime socialista de seu país. Em sua obra-prima, publicada no final dos anos 40, Orwell claramente inspirou-se na ditadura comunista da União Soviética, que já vinha censurando e reescrevendo a história desde o golpe de estado conhecido como Revolução Russa de 1917. Orwell imaginou um mundo em que a censura e a falsificação da história seriam os fundamentos do sistema de poder. Acontece que esse mundo é o nosso mundo.
Ao anular as provas da Odebrecht no maior esquema criminoso da história do país, Dias Toffoli está apenas agindo conforme suas próprias palavras em 2020: “Enquanto Judiciário, enquanto Suprema Corte, nós somos editores de um país inteiro”.
