Defesa anuncia plano de repatriação de brasileiros em Israel e na Palestina
O conflito armado entre Israel e o grupo terrorista Hamas registrou o trágico marco, com o número de mortes atingindo a cifra de 1.113 e mais de 2.300 ficaram feridas
Em um anúncio realizado no domingo (8), o governo Lula (PT) revelou a implementação de um plano de repatriação destinado aos brasileiros que se encontram atualmente em Israel e na Palestina, após os ataques brutais do grupo terrorista Hamas contra os israelenses, levando o governo israelense à declarar guerra contra o grupo. A coordenação dessa missão será realizada em colaboração com as embaixadas brasileiras na região, que serão responsáveis por compilar a lista dos cidadãos desejosos de retornar ao Brasil.
A divulgação dessa medida foi conduzida pelo ministro da defesa, José Múcio, e pelo comandante da aeronáutica, brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, após uma reunião realizada nas dependências do Ministério das Relações Exteriores.
O comandante Damasceno destacou que pelo menos seis aeronaves se encontram prontas e disponíveis para participar ativamente dessa missão de repatriação. As decolagens dessas aeronaves estão previstas para ocorrerem durante a tarde em Israel. Quanto aos voos destinados à repatriação dos brasileiros que se encontram na Palestina, ainda está sendo discutida a origem dessas operações.
Seguindo o cronograma estabelecido, Damasceno informou que a primeira aeronave, com capacidade para acomodar até 220 passageiros, partiu em direção à Itália ainda em domingo (8). A partir da Itália, a aeronave prosseguirá com destino a Tel Aviv, com previsão de chegada até a terça-feira (10).
Para facilitar o processo de repatriação, a embaixada brasileira em Tel Aviv tomou a iniciativa de disponibilizar um formulário em seu site oficial para que os brasileiros interessados em retornar por meio dos voos da Força Aérea Brasileira (FAB) possam registrar suas informações e manifestar seu desejo de participar dessa operação.
"Não sabemos ainda se essa primeira decolagem [da Itália para Israel] será amanhã ou na terça-feira. Dependerá da montagem dessa lista de passageiros que desejam voltar ao Brasil nessa missão de repatriação", disse Damasceno. "Há também uma forte possibilidade dos brasileiros voltarem em aviões comerciais", acrescentou.
Nota aos brasileiros em Israel
Em um comunicado oficial, o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) reforçou sua mensagem aos cidadãos brasileiros que se encontram em Israel, enfatizando a importância de que busquem ativamente deixar o país. A orientação é clara: aqueles que tiverem essa possibilidade devem procurar alternativas por meio de voos comerciais ou, no caso de turistas, considerar a antecipação de seu retorno ao Brasil.
"Face à incerteza quanto ao momento em que poderá ocorrer o primeiro voo de repatriação, recomenda-se que todos os nacionais que possuam passagens aéreas, ou que tenham condições de adquiri-las, embarquem em voos comerciais disponíveis, do aeroporto de Ben-Gurion, que continua a operar", diz a nota.
Entenda
Israel enfrenta o maior ataque coordenado do grupo terrorista Hamas em sua história. No início da manhã deste sábado (7), o Hamas ao mesmo tempo lançou muitos foguetes na região sul de Israel e fez um ataque coordenado por terra. Centenas de terroristas entraram em Israel e foram para as cidades perto da faixa de Gaza e executaram civis que encontravam. Até a última atualização, são mais de 300 mortos pelos terroristas e mais de 1600 feridos.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou que o país está em guerra após o ataque sangrento surpresa do Hamas contra o país. “Cidadãos de Israel, estamos em guerra – não numa operação, não em rondas – em guerra. (...) O inimigo pagará um preço sem precedentes”, disse o político em vídeo publicado nas suas redes sociais.
Neste domingo (8), o gabinete de segurança de Israel declarou oficialmente o estado de guerra, de acordo com a assessoria de imprensa do governo.
"O ataque do Hamas foi incessante e, até o momento, foram milhares de mísseis disparados contra os civis israelenses e que continuam a cair enquanto escrevo. Ao mesmo tempo que as famílias tentavam se proteger dos mísseis, terroristas invadiram por terra, pegaram veículos já preparados, dominaram uma pequena base do exército em Reim e prosseguiram pelas cidades, executando civis que tentavam fugir ou se defender", disse Ricardo Gancz, correspondente do BSM em Israel, em matéria publicada no sábado (7).
O conflito armado entre Israel e o grupo terrorista Hamas registrou o trágico marco, com o número de mortes atingindo a cifra de 1.113 e mais de 2.300 ficaram feridas, segundo o ABC News. Do total de mortos, 413 vítimas são palestinas, enquanto 700 são cidadãos israelenses. Esses dados alarmantes foram tornados públicos neste domingo (8), por meio do perfil oficial do governo de Israel na plataforma X (Twitter) e pelo veículo de imprensa Times of Israel. A escalada de violência na região continua a causar profunda preocupação internacional.
Terroristas palestinos dispararam pelo menos 2.200 foguetes em direção a Israel e cerca de 1.000 combatentes do Hamas participaram do ataque surpresa, cruzando o país por terra, mar e ar e fazendo pelo menos 100 civis e soldados israelenses reféns, de acordo com autoridades israelenses. O Hamas afirmou que pelo menos 5.000 foguetes foram disparados, todos pousando no sul e centro de Israel.
Além disso, vale lembrar que diversos estrangeiros já foram brutalmente assassinados, como o caso do festival de música eletrônica que foi atacado. Diversos turistas foram feitos de reféns. Vídeos circulam na internet, onde os palestinos carregam os corpos de suas vítimas estrangeiras e Israelenses nuas e mutiladas.
Entenda aqui as razões do conflito:
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