CPAC 2024: Conservadorismo e fé como pilares da luta política
Palestrantes discutem os rumos da direita no Brasil, destacam a importância da ação cultural nas comunidades, fazem a defesa da fé cristã e lembram a lição de Olavo de Carvalho: “A coragem nasce do amor ao próximo”
O palco do Expocentro Balneário Camboriú recebeu a edição deste ano da Conferência de Ação Política Conservadora, o CPAC. O evento, que ocorreu nos dias 6 e 7 de julho deste ano, contou com a participação do presidente argentino Javier Milei, do presidente Jair Bolsonaro e de outras personalidades e lideranças da direita no Brasil e no exterior.
Lucas Campos, cofundador da Ação Política Atlântico Sul (APAS) ao lado de Enrico Bianco, afirmou que pouca coisa existe na direita brasileira fora do bolsonarismo quando se trata de eleições. “A nossa base aqui em Santa Catarina é bolsonarista. Nós somos um estado muito conservador, muito à direita”, declarou. Contudo, para Campos, há algo na direita brasileira que anda em paralelo ao bolsonarismo e não se resume a eleições nem à política em si. Para ele, o papel da direita está também em fomentar o trabalho de base, a cultura local, no âmago das comunidades.
Apresentando seu projeto, Campos afirmou que o trabalho da direita não deve ser baseado em coragem, mas no amor ao próximo, segundo diz uma célebre citação do filósofo e professor Olavo de Carvalho: “A coragem nasce do amor ao próximo, é só isso. Então, não se preocupe em ser corajoso, pois a coragem é um resultado, não uma causa. A causa é o amor ao próximo ou a falta dele.”
Finalizando sua fala, Lucas destacou a importância da comunidade local em levantar seus próprios líderes. "Você não precisa que um cacique de algum partido venha e diga em quem você deve votar. A comunidade é que deve produzir o seu candidato."
Rita Matias, deputada portuguesa do partido Chega, também esteve presente no evento. Matias criticou o que chamou de "politização e a corrupção" do sistema de justiça brasileiro. A parlamentar também puxou um coro de “Lula ladrão, seu lugar é na prisão” e declarou: “No ano passado, Lula disse que foi muito bem recebido para uma visita a Portugal. Isso é mentira. Não queremos mais um corrupto lá”. Para a deputada, apenas o conservadorismo poderá resistir ao globalismo.
Um dos grandes destaques da noite foi a deputada estadual por Santa Catarina, Ana Caroline Campagnolo. A parlamentar catarinense iniciou sua fala dizendo que a esquerda faz promessas baseadas em utopias futuras para angariar apoio popular. Criticando o movimento revolucionário por apropriar-se da expressão bíblica "novo céu e nova terra", Campagnolo disse que tais palavras são usadas pela esquerda para justificar políticas que não têm base na realidade e que sempre fracassaram quando foram implementadas. Também citando Olavo de Carvalho, Ana Campagnolo argumentou que a esquerda tem facilidade em propor mudanças porque suas promessas são baseadas em hipóteses que nunca poderão ser testadas de imediato, tudo dependerá do futuro.
A deputada também abordou a tentativa da esquerda de substituir a religião por ideologias materialistas e disse que, apesar dos esforços para afastar as pessoas da fé, o ser humano tem uma necessidade intrínseca de espiritualidade que apenas Deus pode satisfazer. "Há no ser humano um buraco que só pode ser preenchido por Deus", afirmou. Campagnolo encerrou sua fala enfatizando que a esquerda representa uma nova religião secular, com suas próprias crenças, linguagens e práticas, e conclamou a audiência a permanecer firme em seus valores cristãos e conservadores, reafirmando a importância da fé na luta política.
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