ESTATAL

Conselho de Petrobras aprova distribuição de dividendos

Redação BSM · 25 de Abril de 2024 às 18:28 ·

Crise em torno da remuneração de acionistas quase custou a cabeça do presidente da estatal, Jean Paul Prates. Haddad convenceu Lula a aceitar a decisão

O conselho de administração da Petrobras votou nesta quinta-feira (25) e aprovou a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários da estatal, correspondendo a cerca de R$ 21,95 bilhões, de um total de R$ 43,5 bilhões. Essa medida, aprovada em assembleia geral de acionistas, é parte de uma decisão que visa repartir parte do lucro da empresa entre os acionistas. O Tesouro Nacional, por sua vez, deve receber pelo menos R$ 6 bilhões dessa quantia para reforçar o caixa da União.

Inicialmente, houve polêmica em torno da decisão de não distribuir esses dividendos extras, o que resultou em queda de 10% nas ações da Petrobras em março. Os conselheiros indicados pelo governo eram contra essa distribuição, mas após uma batalha sobre o tema, a proposta foi aprovada. O ocupante da Presidência da República, Lula da Silva (PT), acabou por concordar com a medida, após ser convencido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considerando que o governo ficaria com 37% do valor.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, enfrentou pressão em relação a essa decisão, e sua posição foi criticada. Ele foi o único entre os indicados pelo governo que se absteve de votar diretamente pela retenção dos dividendos. No entanto, a proposta que ele defendia acabou sendo aprovada pelos acionistas, demonstrando um desacordo interno sobre o assunto.

Por sua vez, o conselho de administração da Petrobras, em uma reunião realizada anteriormente, já havia dado o aval para a proposta da diretoria de pagar metade dos dividendos extraordinários, considerando fatores como a alta no preço do petróleo, que aumentaram a capacidade de financiamento dos projetos da estatal.

A decisão final de distribuir metade dos dividendos extras foi tomada após uma série de polêmicas e divergências internas. Inicialmente, o conselho havia decidido reter 100% dos dividendos extras em uma reserva estatutária, levantando preocupações sobre a capacidade de investimento da empresa. No entanto, após recomendação da diretoria executiva da Petrobras, foi aprovado o pagamento dos 50% do montante possível, com o restante sendo destinado à reserva estatutária, visando a sustentabilidade financeira da empresa.

Essa aprovação representa uma resolução das tensões internas na Petrobras, incluindo a posição do presidente-executivo da empresa, Jean Paul Prates, que chegou a ficar ameaçado de demissão. No entanto, o presidente Lula decidiu mantê-lo no cargo, demonstrando um respaldo à decisão tomada pelo conselho de administração e pela diretoria da estatal.

 


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