Carta de um sobrevivente do aborto
A história de um milagre da vida
Boa tarde, Briguet. Tudo bem com você, meu amigo?
Hoje li uma crônica sobre o aborto que você havia publicado algum tempo atrás. Depois de ler o seu testemunho, gostaria de também deixar o meu. Sinta-se à vontade para publicá-lo em sua coluna.
Tenho 31 anos, sou casado e tenho uma filha. O tema do aborto mexe bastante comigo, e por uma razão especial, que passo a expor.
Em 1992, uma mulher de 29 anos descobriu que estava grávida. Não era uma gravidez planejada, muito menos desejada. O homem com quem ela estava vivia na época ficou furioso com a notícia. Em sua ignorância, ele achava que “mulher velha não engravidava”. Imagine só, 29 anos!
Pressionada, a mulher resolveu procurar uma clínica clandestina. Você já teve a experiência de entrar em um desses lugares, onde o demônio parece ter feito morada. Na sombria sala de consultas, o médico pediu à mulher que fizesse um ultrassom antes do procedimento.
Ela fez o ultrassom e descobriu que, de fato, estava com algumas semanas de gravidez.
De volta à clínica, ela foi levada a um lugar ainda mais sombrio: a sala de operações. O médico utilizou aqueles instrumentos que matam o bebê no ventre da própria mãe. Após alguns minutos de tortura, o homem exibiu uma cuba de sangue para a mulher, dizendo que ali estava o feto. Durante o procedimento, a mulher sentiu-se estranhamente envolvida por um manto diáfano.
Algumas semanas se passaram. A mulher entrou em depressão. Em um dia particularmente triste, resolveu doar sangue, como fazia habitualmente.
Na sala de doação, a mulher passou mal.
Depois de acudi-la, o funcionário do banco de sangue indagou:
– Será que a senhora não está grávida, não?
A mulher ficou em silêncio. Dias depois, foi ao ginecologista. Depois de examiná-la, o médico disse:
– Parabéns, Maria.
A mulher imediatamente caiu em prantos e contou tudo ao médico.
– Das duas, uma: ou você foi enganada ou o bebê sobreviveu. De qualquer forma, estamos diante de um milagre.
O resultado desse milagre sou eu, Briguet. É por isso que eu sempre senti um grande, um profundo respeito quando vejo uma mulher grávida ou uma criança pequena. É por isso que me sangue ferve quando ouço falar no assassinato de bebês.
Minha mãe agradeceu a Deus e pediu perdão pelo pecado imenso que ela quase cometeu. E até hoje ela diz que não existe alegria maior do que ouvir a palavra “mãe” pronunciada por mim ou por meu irmão mais novo.
Um detalhe, Briguet: eu tenho a mesma idade do seu filho que não nasceu.
Um forte abraço,
W.
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