SELIC

Campos Neto derrota Lula e mantém Selic em 10,5%

Silvio Grimaldo · 19 de Junho de 2024 às 21:12 ·

Decisão unânime do Banco Central reafirma compromisso com controle da inflação e sinaliza derrota para o governo Lula.

O Banco Central do Brasil decidiu, nesta quarta-feira (19), manter a taxa Selic em 10,5% ao ano, encerrando um ciclo de cortes que vinha desde agosto de 2023. Esta decisão foi tomada por unanimidade pelos diretores da autoridade monetária, incluindo os quatro indicados pelo atual ocupante da presidência, Luiz Inácio Lula da Silva. A manutenção da taxa representa uma resposta contundente às intensas pressões exercidas pelo governo federal, que defendia cortes mais agressivos nos juros.

Pressão e Críticas do Governo
Desde o início de seu terceiro mandato, Lula criticou repetidamente o alto patamar da Selic, apontando o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, como o principal obstáculo à recuperação econômica. Na véspera da reunião do COPOM, Lula aumentou a intensidade de seus ataques, acusando Campos Neto de trabalhar contra a economia brasileira. "Só temos uma coisa desajustada neste país: é o comportamento do Banco Central. Um presidente que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político, e que, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar do que para ajudar o país", declarou Lula em entrevista à rádio CBN.

Além das declarações do presidente, o PT anunciou que entrará com uma ação na justiça contra Campos Neto. A presidente do partido, deputada Gleisi Hoffmann (PR), planejou uma live para discutir a decisão do COPOM, com a participação do presidente do IBGE, o folclórico Márcio Pochmann.

Decisão Técnica e Unânime

O problema de Lula é que mesmo os seus apaniguados estão com Campos Neto. Apesar da pressão política, a decisão do COPOM foi baseada em uma análise técnica das condições econômicas. O comunicado do Banco Central destacou que a conjuntura atual, caracterizada por incertezas globais e domésticas, além da desancoragem das expectativas de inflação, demandava maior cautela. "A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que...

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