LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Cortes brasileiras agem contra Constituição e Marco Civil da Internet, afirma equipe jurídica do X

Redação BSM · 10 de Abril de 2024 às 17:12 ·

"No centro desse debate está nossa crença de que algumas das ordens judiciais que recebemos não estão de acordo com o Marco Civil da Internet ou com a Constituição Federal brasileira"

O perfil Global Government Affairs, uma das contas oficiais do X, se manifestou nesta quarta-feira (10) sobre a recente polêmica com o Judiciário e a imprensa brasileiros. A declaração aparece uma semana após a divulgação dos "Arquivos do Twitter", que expuseram comunicações entre 2020 e 2022 de advogados da rede social, revelando a resistência da empresa em acatar certas determinações  judiciais consideradas abusivas e ilegais.

A recusa da X em seguir algumas dessas ordens judiciais, conforme explicado pela companhia, baseia-se na alegação de que tais demandas contrariam a Constituição Federal do Brasil e o Marco Civil da Internet. "No centro desse debate está nossa crença de que algumas das ordens judiciais que recebemos não estão de acordo com o Marco Civil da Internet ou com a Constituição Federal brasileira", informou a empresa em comunicado.

A X argumenta que os usuários têm o direito de ser informados sobre os motivos de bloqueios de contas ou investigações, além de possuírem o direito ao devido processo legal para defesa em tribunal público. "Acreditamos que esse direito é garantido pela Lei do Marco Civil e pela Constituição Federal do Brasil", enfatiza a nota.

Outro ponto de contestação da empresa diz respeito ao sigilo das ordens judiciais e à ausência de respostas aos recursos enviados aos tribunais superiores. "O sigilo em torno desse processo está prejudicando a confiança nas instituições públicas. Entramos com vários recursos, alguns dos quais estão pendentes há mais de um ano. Ignorar esses recursos é uma violação do devido processo legal", declara a empresa.

 

Os Arquivos do Twitter: o que foi revelado?

Na última quarta-feira (3), o jornalista americano Michael Shellenberger trouxe a público uma série de e-mails de advogados do Twitter, evidenciando descontentamento com ordens do STF que exigiam o cancelamento de contas e a entrega de dados pessoais de usuários, incluindo endereços IP, além de solicitações para limitar a disseminação de certas hashtags que incomodavam o tribunal.

 


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