A narrativa do “golpe” — Uma análise das acusações contra Jair Bolsonaro
Uma análise ponto a ponto das acusações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro demonstra que ele se opôs claramente a qualquer tipo de intervenção militar para reverter os resultados das eleições de 2022
Na última quinta-feira (8), a Polícia Federal iniciou a Operação Tempus Veritatis, sob ordens do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A operação tem como objetivo investigar uma suposta organização criminosa envolvida na tentativa de promover uma intervenção militar em resposta às alegadas fraudes nas eleições de 2022.
As ações da PF foram desencadeadas com base em uma decisão de 135 páginas emitida por Moraes, que destaca os pontos que, segundo a investigação, justificam as medidas tomadas contra o ex-presidente. Entre esses pontos estão a participação do ex-chefe do Executivo em uma reunião contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) meses antes das eleições de 2022 e seu suposto envolvimento na elaboração de um esboço de decreto de intervenção que incluía a prisão do ministro do STF agora encarregado de conduzir o inquérito.
Como parte das medidas restritivas, Bolsonaro está proibido de deixar o país, comunicar-se com os demais investigados, mesmo por meio de seus advogados, e precisou entregar seu passaporte à Polícia Federal.
Segundo a autoridade policial, o inquérito em questão (INQ 4874) tem por objetivo investigar a articulação de pessoas em uma estrutura organizada, envolvendo idealizadores, produtores, divulgadores e financiadores, com o propósito de disseminar notícias falsas ou parcialmente apresentadas para influenciar a opinião pública sobre determinados assuntos, visando vantagens financeiras e/ou político-partidárias.
A seguir, destacamos as principais acusações contra Jair Messias Bolsonaro e trechos da decisão de Alexandre de Moraes que supostamente as embasam.