A reação da direita após dez meses de silêncio
Vitórias nos Conselhos Tutelares e manifestações em defesa da vida mostram que o conservadorismo ainda respira no Brasil
Foram dez anos de liberdade e dez meses de silêncio.
Desde as jornadas de 2013, milhões de brasileiros tomaram as ruas do país inúmeras vezes, vestidos de verde e amarelo, para manifestar aquilo que pensavam sobre o sistema político. Sem disparar um tiro, impicharam a Mulher Sapiens e elegeram o Capitão. Milagrosamente, essas multidões, ao contrário daquela turma que historicamente dominava os espaços públicos, não quebraram uma vidraça, não atearam fogo a um pneu, não encostaram um dedo nos adversários. Nossas armas sempre foram a Bíblia, o terço, a bandeira e a voz. Não somos pacifistas, mas somos pacíficos.
Desde 8 de janeiro de 2023, esses milhões se calaram. O que era entusiasmo virou medo. O que era sinceridade virou silêncio. O que era esperança virou desilusão. O orgulho de ser brasileiro foi substituído pelo temor de virar prisioneiro.
No entanto, ninguém consegue parar o coração de milhões de pessoas. Ninguém, por mais poderoso e temível, é capaz de negar o que milhões de olhos viram e milhões de inteligências descobriram. Nenhum golpe de estado pode eliminar a realidade. Nenhum tribunal sumário pode matar a Verdade – porque a Verdade ressuscita.
O que nós vimos acontecer no último domingo – com as importantes vitórias do conservadorismo nas eleições do Conselho Tutelar – foi a manifestação clara de que o povo brasileiro, majoritariamente cristão, vai continuar lutando as mesmas lutas interrompidas pela farsa do 8 de janeiro.
Sabedores agora de que não podemos contar com falsos aliados – tais como as Fraquezas Armadas e os direitistas de ocasião ávidos por cargos e verbas –, seguiremos lutando nas pequenas trincheiras do cotidiano. Onde houver um inimigo das famílias, onde houver um professor lacrador, onde houver um funcionário abortista, onde houver um marxista disfarçado de bom-moço, onde houver um sindicalista do crime, onde houver um político isentão, onde houver um apologista das drogas, onde houver um burocrata coletivista, nós estaremos lá para fazer o contraponto e defender a vida, a liberdade e a verdade.
A vitória nos Conselhos Tutelares foi só o começo. Agora, a luta será aprovar o Estatuto do Nascituro.
– Paulo Briguet é escritor e editor-chefe do BSM.
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