GRANDE MÍDIA

Veículos da grande mídia chamam perseguição de judeus na Rússia de "protesto" e "manifestação"

Rhuan C. Soletti · 30 de Outubro de 2023 às 12:45 ·

De "protestos" até "manifestantes anti-israel": a grande mídia continua forçando, por meio da linguagem, a "inocência" de grupos terroristas e anti-semitas pelo mundo. Os judeus do país estão sendo obrigados a se esconder e mentir que não são judeus... – a história se repete 

Após ameaças de linchamento e assassinato de judeus em vários pontos da Rússia, veículos de mídia como a Metrópoles e a CNN chamam as perseguições anti-semitas apenas de "protestos" e seus membros de "manifestantes". A cidade de Makhachkala, por exemplo, teve seu aeroporto temporariamente fechado neste domingo (29), após uma perseguição anti-semita de apoiadores do Hamas. Os apoiadores do grupo terrorista prometiam linchar os judeus.

Segundo informações da Rosaviatsia, autoridade de aviação russa, cidadãos judeus israelenses estavam a bordo de um voo de Tel Aviv, Israel, motivo pela qual a multidão invadiu o espaço. Imagens mostram os apoiadores do Hamas procurando-os até mesmo dentro das turbinas de avião.

“Depois que pessoas não identificadas apareceram na área de pouso do aeroporto de Makhachkala, foi decidido fechar temporariamente o aeroporto para chegadas e partidas [...] Os voos que deveriam pousar em Makhachkala foram direcionados para outros aeroportos”, de acordo com a agência de notícias estatal russa.

Reprodução: Metrópoles
Reprodução: CNN

No vídeo abaixo, podemos ver cidadãos russos interrogando um "suspeito de ser judeu", pálido de medo.

Durante a perseguição, os suspeitos invadiram o edifício e a área de pouso do aeroporto imediatamente após a chegada de um voo regular de Tel Aviv. Vale ressaltar que Makhachkala é a capital da República do Daguestão, uma região onde o islamismo predomina. As medidas de segurança permanecerão em vigor até que a situação no aeroporto seja normalizada.

Makhachkala e Khasavyurt à esquerda / Reprodução: Google Earth

Os apoiadores do Hamas procuraram judeus até dentro das turbinas do avião, e a tripulação foi obrigada a manter as portas fechadas:

As movimentações pró-palestina ocorreram em outras regiões do país. Na cidade de Khasavyurt, a 80 quilômetros de Makhachkala, um homem judeu fez check-in no Hotel Flamingo. Rapidamente, uma multidão se reuniu em frente ao hotel e começou a gritar: "Mostre o seu rosto, ou entraremos no hotel e o retiraremos de lá!"

Enquanto isso, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou o governo russo de propagar ódio contra outras nações e direcionou suas críticas ao ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, acusando-o de fazer comentários anti-semitas.

“Este não é um incidente isolado em Makhachkala, mas sim parte da cultura generalizada de ódio da Rússia contra outras nações, que é propagada pela televisão estatal, especialistas e autoridades [...] O ministro das Relações Exteriores da Rússia fez uma série de comentários anti-semitas no ano passado. O presidente russo também usou insultos anti-semitas. Para os locutores da propaganda russa na televisão oficial, a retórica do ódio é rotina. Até a mais recente escalada no Médio Oriente provocou declarações anti-semitas por parte de ideólogos russos” escreveu Zelensky no X.

Entenda

Hamas (حماس) é uma sigla que significa "Harakat al-Muqawama al-Islamiyya" (حركة المقاومة الاسلامية), que se traduz para "Movimento de Resistência Islâmica" em inglês. É uma organização política e militar palestina fundada em 1987 durante a Primeira Intifada, um levante "palestino" contra o domínio israelense nos territórios ocupados. Em nome da "reconquista territorial", decapitam bebês e estupram crianças.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou que o país está em guerra após o ataque sangrento surpresa do Hamas contra o país. “Cidadãos de Israel, estamos em guerra – não numa operação, não em rondas – em guerra. (...) O inimigo pagará um preço sem precedentes”, disse o político em vídeo publicado nas suas redes sociais. 

No domingo (8), o gabinete de segurança de Israel declarou oficialmente o estado de guerra, de acordo com a assessoria de imprensa do governo.

Segundo o site da ONU, as últimas notícias da mídia citando o Ministério da Saúde de Gaza indicam que o número de pessoas mortas em Israel desde 7 de outubro subiu para 1.500. Mulheres e crianças representam mais de 62% das vítimas fatais, enquanto mais de 20.240 pessoas ficaram feridas. De acordo com o Al Jazeera, o Ministério da Saúde administrado pelo Hamas em Gaza afirma que mais de 8.300 "palestinos" foram mortos.

Diversos estrangeiros já foram brutalmente assassinados, como o caso do festival de música eletrônica que foi atacado. Diversos turistas foram feitos de reféns. Vídeos circulam na internet, onde os palestinos realizam atrocidades, carregam os corpos de suas vítimas estrangeiras e Israelenses nuas e mutiladas.

"O ataque do Hamas foi incessante e, até o momento, foram milhares de mísseis disparados contra os civis israelenses e que continuam a cair enquanto escrevo. Ao mesmo tempo que as famílias tentavam se proteger dos mísseis, terroristas invadiram por terra, pegaram veículos já preparados, dominaram uma pequena base do exército em Reim e prosseguiram pelas cidades, executando civis que tentavam fugir ou se defender.

[...]

"Se Israel reagir de modo fraco, isto é, se Israel não eliminar o Hamas, o Hamas fortalecerá de modo muito significativo seu discurso e cantará vitória. Provavelmente, Ben Gvir irá derrubar a atual coalizão. Se Israel derrubar o Hamas, certamente parte de seus líderes e membros usará do dinheiro iraniano para se esconder e se juntar a Jihad Islâmica que possui ideologia similar e igualmente patrocínio do Irã", disse Ricardo Gancz, correspondente do BSM em Israel, em matéria publicada no sábado (7).

Leia artigo do professor Olavo de Carvalho sobre o tema.


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