Censura

Relatório do congresso americano mostra que Monark foi "censurado" por Moraes por criticar atos persecutórios do magistrado

Luís Batistela · 18 de Abril de 2024 às 10:22 ·

Além da censura contra o influenciador, o texto menciona o embate entre Moraes e o empresário Elon Musk, que sugeriu o impeachment do magistrado, classificando-o como “ditador”. 

O relatório intitulado "O Ataque à Liberdade de Expressão no Exterior e o Silêncio da Administração Biden: O Caso do Brasil”, publicado nesta quarta-feira (17) pela Comissão de Assuntos Internacionais da Câmara dos Deputados dos EUA, mostra que o influenciador Bruno Aiub Monteiro, o Monark, foi “censurado” pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por criticar os atos persecutórios do magistrado.

Monark fora inibido por dizer: “Vemos o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] censurando pessoas, vemos Alexandre de Moraes prendendo pessoas”. De acordo com o relatório, “Moraes ordenou a censura de um cidadão brasileiro [Monark] por criticar Moraes por censurar brasileiros”. O material destaca a determinação do magistrado para o bloqueio de contas do influenciador, sob a alegação de que Monark teria propagado “notícias fraudulentas” sobre as ações da Suprema Corte e do TSE.

“Toda vez que o Supremo faz um movimento desse [determina o bloqueio de contas], ele gasta fichas políticas. Isso tem um custo para ele. […] Então, por que ele [Supremo] está disposto a pagar este custo? Por que ele [Supremo] está disposto a garantir uma não-transparência nas eleições? A gente vê o TSE censurando gente, a gente vê o Alexandre de Moraes prendendo pessoas, você vê um monte de coisa acontecendo, e, ao mesmo tempo, eles impedindo a transparência das urnas?

Você fica desconfiado, que maracutaia está acontecendo nas urnas ali? Por quê? Por que o nosso sistema político não quer deixar o povo brasileiro ter mais segurança? Qual é o interesse? Manipular as urnas? Manipular as eleições?”, publicou Monark em seu canal no Rumble.

Além da censura contra o influenciador, o texto menciona o embate entre Moraes e o empresário Elon Musk, que sugeriu o impeachment do magistrado, classificando-o como “ditador”, tal como as decisões judiciais que têm “forçado” a rede social a bloquear perfis e contas de alguns usuários no país.

O material afirma que os principais afetados com a “censura” de Moraes na plataforma são: o ex-presidente Jair Bolsonaro; os senadores Marcos do Val e Alan Rick; os deputados federais Carla Zambelli e Marcel van Hattem; a ex-parlamentar Cristiane Brasil; e o ex-candidato à Câmara dos Deputados Ed Raposo. As seguintes personalidades e entidade também foram relacionadas:

  • Guilherme Fiuza – jornalista e escritor;
  • Paulo Figueiredo – jornalista;
  • Rodrigo Constantino – comentarista e escritor;
  • Elisa Robson – jornalista;
  • Flávio Gordon – jornalista e escritor;
  • Ludmila Lins Grilo – professora e juíza aposentada;
  • Marcelo Rocha Monteiro – procurador de Justiça, professor e escritor;
  • Davi Sacer – cantor e compositor gospel; e
  • Rádio RCN – estação de rádio pop.

A comissão afirma que, paralelamente, o presidente Joe Biden toma medidas semelhantes com seus opositores americanos, compactuando com a “onda de ataques à liberdade de expressão” ao redor do mundo.

“O congresso deve levar a sério as advertências do Brasil e de outros países que buscam suprimir discursos no ambiente online. Nunca devemos pensar que isso não pode acontecer aqui. O comitê e o subcomitê selecionado conduziram uma supervisão agressiva – emitindo intimações, realizando apuração de fatos e convocando múltiplas audiências – para esclarecer a censura induzida pelo governo nos Estados Unidos e para informar soluções legislativas adicionais”.

Em janeiro deste ano, conforme a matéria publicada pelo Poder 360, o jornalista e escritor Gleenn Greenwald divulgou um documento em que Moraes ordena que perfis considerados extremistas sejam bloqueados nas redes sociais. De acordo com o escritor, o magistrado determinava a suspensão dos perfis sem comunicar os usuários, solicitando ainda que as ações permanecessem em “confidencialidade”.

As ordens de Moraes se aplicavam as plataformas do Facebook, Rumble, Telegram, Tik Tok, Twitter (atual X) e YouTube. Após a exclusão dos perfis, segundo Greenwald, o ministro determinava que os dados dos usuários fossem encaminhados a Justiça. 

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