SOCIALISMO BOLIVARIANO

Regime de Maduro sequestra líder oposicionista que denunciou fraude eleitoral

Paulo Briguet · 7 de Agosto de 2024 às 10:59 ·

María Oropeza teve sua casa invadida por agentes do regime venezuelano. Ditadura acusa manifestantes de “terrorismo” e “incitamento ao ódio”

A ditadura de Nicolás Maduro sequestrou na noite desta terça-feira (6) a coordenadora estadual da frente oposicionista ConVzla, María Oropeza, em Guanare, no estado de Portuguesa. Agentes do regime, ligados à Direção de Contrainteligência Militar (DGCIM), invadiram sua casa sem mandado judicial e sem informar os motivos da operação. A própria María Oropeza transmitiu ao vivo o momento em que os esbirros da ditadura entraram em sua residência e lhe deram voz de prisão. Com agressividade, os agentes chavistas tomaram o celular da opositora e a conduziram para um local até agora desconhecido.

María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, conclamou os venezuelanos a se dirigirem à casa de María Oropeza para protestarem contra a prisão abusiva. “O regime acaba de levá-la à força e não sabemos onde ela está”, afirmou María Corina nas redes sociais. “Eles a sequestraram! Peço a todos, dentro e fora da Venezuela, que exijam a sua liberdade imediata.”

Horas antes de ser sequestrada, María Oropeza havia feito denúncias contra a Operação Tun Tun, promovida pela ditadura para perseguir cidadãos os que se manifestam contra a fraude eleitoral na Venezuela. Segundo Oropeza, “a operação carece de qualquer argumento jurídico e faz parte de uma caça às bruxas do regime que perdeu as eleições presidenciais do dia 28 de julho”. Oropeza acrescentou que a Venezuela “enfrenta a tirania mais cruel da história da América nos últimos 40 anos”.

Na segunda-feira (5), María Oropeza foi encarregada de investigar a morte de um jovem espancado pela polícia após ser preso.

Até o momento, 2.229 pessoas foram detidas pelo regime venezuelano em consequência dos protestos desencadeados após as eleições presidenciais de 28 de julho, em que Nicolás Maduro vencedor, sem que fossem mostrados os editais de votação.

A ditadura de Caracas anunciou que os detidos serão transferidos para as prisões de Tocorón e Tocuyito , esvaziadas em setembro e outubro do ano passado e equipadas — segundo Maduro — para deter “todas as gangues de nova geração que estão envolvidas nas guarimbas (protestos)”.


Manifestações são acusados de terrorismo

A ONG Foro Penal identificou um padrão claro nas prisões feitas pelo regime nos últimos dias. Todas estão relacionadas com a acusação de falsos crimes, como “incitamento ao ódio”.

A grande maioria dos detidos na Venezuela em protestos contra o resultado oficial das eleições presidenciais de 28 de julho, nas quais o presidente Nicolás Maduro foi declarado vencedor, são acusados ​​de terrorismo, segundo informou o advogado da ONG Foro Penal, Gonzalo Himiob.

 

 


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